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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Comunicação silenciosa

Voltando pra casa de ônibus hoje, reparei em uma menina deficiente auditiva se comunicando. Ela estava acompanhada de uma mulher mais velha, que acredito ser a mãe, e outra menina, que provavelmente era irmã. Percebi que apenas ela era surda, mas as outras duas conseguiam usar a lingua de sinais sem problemas. Fiquei observando aquela comunicação silenciosa e pensando comigo mesmo... De uma maneira geral, todos os surdos/mudos ficam, de algum modo, limitados a se relacionarem apenas com quem também sabe esta lingua, na maioria outros surdos/mudos ou alguém da família. Fiquei bastante curioso e fui procurar saber um pouco mais sobre o assunto. Encontrei informações bastante explicativas em um site e abaixo fiz algumas citações do mesmo. Ainda acredito que seja bastante válido ler toda a informação do site. É um conhecimento social e inclusivo.

Deficiente auditivo, surdo ou surdo-mudo?

O surdo-mudo é a mais antiga e inadequada denominação atribuída ao surdo, e infelizmente ainda utilizada em certas áreas e divulgada nos meios de comunicação. Para eles, o fato de uma pessoa ser surda não significa que ela seja muda. A mudez significa que a pessoa não emite sons vocais. Para a comunidade surda, o deficiente auditivo não participa de Associações e não sabe LIBRAs. O surdo é aquele que tem a LIBRAS como sua língua.

Compreendendo o mundo surdo

Por anos, muitos têm avaliado de forma depreciativa o conhecimento pessoal dos surdos. Alguns acham que os surdos não sabem praticamente nada, porque não ouvem nada. Há pais que super protegem seus filhos surdos ou temem integrá-los no mundo dos ouvintes ou mesmo no mundo dos surdos. Outros encaram a língua de sinais como primitiva, ou inferior, à língua falada. Não é de admirar que, com tal desconhecimento, alguns surdos se sintam oprimidos e incompreendidos.

Em contraste, muitos surdos consideram-se “capacitados”. Comunicam-se fluentemente entre si, desenvolvem auto-estima e têm bom desempenho acadêmico, social e espiritual. Infelizmente, os maus-tratos que muitos surdos sofrem levam alguns deles a suspeitar dos ouvintes. Contudo, quando os ouvintes interessam-se sinceramente em entender a cultura surda e a língua de sinais, e encaram os surdos como pessoas “capacitadas”, todos se beneficiam.

Comunicação visual

Para estabelecer uma boa comunicação com uma pessoa surda é importante o claro e apropriado contato visual entre as pessoas. É uma necessidade, quando os surdos se comunicam. De fato, quando duas pessoas conversam em língua de sinais é considerado rude desviar o olhar e interromper o contato visual.

E como captar a atenção de um surdo? Em vez de gritar ou falar o nome da pessoa é melhor chamar sua atenção através de um leve toque no ombro ou no braço dela, acenar se a pessoa estiver perto ou se estiver distante. Dependendo da situação, pode-se dar umas batidinhas no chão (ele poderá sentir a vibração através do corpo) ou fazer piscar a luz. Então, converse com o surdo olhando em seus olhos. Para se fazer entender, não se envergonhe de apontar, desenhar, escrever ou dramatizar. Utilize muito suas expressões faciais e corporais. Tais recursos são importantes quando não há ainda domínio da língua de sinais. Esses e outros métodos apropriados de captar a atenção dão reconhecimento à experiência visual dos Surdos e fazem parte da cultura surda. Aprender uma língua de sinais não é simplesmente aprender sinais de um dicionário. Muitos aprendem diretamente com os que usam a língua de sinais no seu dia-a-dia — os surdos. Em todo o mundo, os surdos expandem seus horizontes usando uma rica língua de sinais.

FONTE:


Tive a oportunidade de aprender o alfabeto em libras e pegar algumas expressões enquanto me graduava, já que tive uma colega surda, mas o que aprendi foi muito pouco. Gostaria muito de poder aprender de fato algum dia.

Falando como uma pessoa que adora o relacionamento interpessoal, acho que a lingua de sinais deveria ser passada pra frente com mais naturalidade, atingindo o máximo de pessoas possível. Você não paga pra aprender inglês ou outra língua qualquer? Vejo a linguagem de sinais como praticamente a mesma coisa e você não tem que aprender a pronúncia correta das palavras.

Um comentário:

  1. Concordo! Todos deveriam saber, ao menos, frases básicas pra se comunicar com deficientes auditivos. E até mesmo socorrê-los.

    LIBRAS deveria ser uma disciplina obrigatória durante algum tempo na escola. Pra todo mundo se familiarizar com os sinais e também para incluir essa parcela da sociedade.

    Parabéns pelo post, Kiri!

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