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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Mundo errado

O mundo está de cabeça para baixo.
Não há mais gentileza.
Não há mais sensibilidade.
Piadas têm a intenção de ferir.
O céu não é mais tão azul.
O verde está sumindo.
Sorrisos gratuitos são vendidos.
Pessoas matam por futilidades.
Roubaram a inocência dos inocentes.
Crianças furtam, brigam e só não assassinam por falta de força.
A corrupção contaminou até os defensores.
Competição é mais importante que a vida.
Familiares se odeiam.
Os casais não se respeitam.
Traição tornou-se comum.
As pessoas não se importam mais umas com as outras.
Tentam sempre acabar o romantismo.
E tentam sempre mudar o significado da palavra amor.

Tenho certeza que nasci no mundo errado.
Mas temos chance! Vamos fugir?
Criaremos o nosso mundo.
Aprenderemos a fazer fotossíntese.
Viveremos de amor, luz e água.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Pelas redes sociais

“Por mais que eu tente, não consigo entender alguns pedidos de amizade por aqui. A pessoa não fala nem "Oi" pessoalmente.” Há um tempinho escrevi isto no Facebook e como consequência ganhei uma discussão bastante interessante e me senti na obrigação de escrever sobre.
Algumas das respostas à frase:
  • Mas esse hábito é muito comum em Brasília inteira.
  • É um modo de começar a dizer oi também...
  • Entenda que é mais fácil manter relacionamentos virtuais hoje em dia!
  • Exatamente! Chegou ao ponto que me deixa indignada
  • Disse tudo. Já ia comentar que na sociedade atual em que vivemos, com as futilidades que emergem a cada minuto, se torna mais fácil manter relações virtuais, com pouco ou nenhum contato... É triste, mas compreensivo...
  • Daqui uns dias a internet será tão necessária como água e energia elétrica. Na verdade, as pessoas que só conseguem conversar e se abrir via internet não estão sendo covardes ou desonestas. Elas estão sendo elas mesmas com a ajuda do pc. Sou total a favor de o mundo virtual influenciar a vida real. Ambas são vividas por nós, são construídas por nós.
As respostas que recebi abrem ganchos para diversos questionamentos sobre as relações sociais e a internet. Tentando focar um ponto eu pergunto: Adicionar nas redes sociais alguém que eu nunca vou falar pessoalmente é um comportamento exclusivo da cultura de Brasília? Qual a intenção de alguém que insiste em ter a outra como amiga virtual, mas nunca fala com ela ou comenta nada?

Uma das coisas que mais me empolga na rede é a possibilidade de interação gratuita com pessoas do mundo todo e o compartilhamento de qualquer tipo de informação em tempo real. Outra é a capacidade de expressar opiniões ou sentimentos e instantaneamente ter uma resposta/opinião após décimos de segundo. Acho incrível essa velocidade com que as informações são trocadas.

As pessoas podem usar o mundo virtual para terem espaço com outras pessoas, pra fugirem de sua timidez, pra levarem um fora sem o peso do mundo real, pra tentarem ser mais sociáveis. A internet facilita diversos pontos das relações humanas, mas as pessoas precisam fazer jus ao que está disponível. E com todas estas facilidades ainda é possível encontrar quem adiciona Deus e o mundo como amigos virtuais e não têm a capacidade de dizer um “Oi” ou demonstrar interesse por algo dito. E esse objetivo indefinido destas pessoas desperta a minha curiosidade e ao mesmo tempo me deixa intrigado.

Eu, particularmente, não quero alguém no meu Facebook, por exemplo, apenas olhando o que faço. Quero quem interaja comigo e que me encontre na rua e continue algum assunto, estendendo o contato pessoalmente. Por diversas vezes já aceitei desconhecidos nos meus perfis dando uma oportunidade de começar uma amizade ou apenas trocar informações comuns. Contudo acabei por excluí-las por terem ficado lá de enfeite apenas aumentando a quantidade de “amigos”. Hoje eu costumo recusar imediatamente boa parte das pessoas que me adicionam do nada e sem dizer nada.

Não é porque o Facebook te sugeriu alguém que você tem que ir lá e adicionar. Podemos ter afinidade, mas não é porque somos da mesma cidade que vamos ser amigos.

Posso estar sendo chato ou sendo muito restrito, porém com todas as facilidades da internet e todas as maravilhas que me encantam nas redes sociais, prefiro ser mais aberto pessoalmente a virtualmente. Como as informações trafegam com uma velocidade gigantesca por aqui, vejo que dar espaço facilmente a desconhecidos é o mesmo que deixá-los ouvir conversas de cunho muito pessoal e dar liberdade para espalhar para quem quer que seja. E por mais que se limite o acesso às informações, alguma coisa sempre fica acessível e sabe-se lá o que uma pessoa (que você não sabe se é boa ou má) irá fazer com o que conseguiu.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Deixe-me aqui!

 
Deixe-me aqui com meu romantismo!
Expressando como se não houvesse amanhã.
Deixe-me aqui sem medo de sentir!
E sem ligar para reprovações ou limitações.
Deixe-me sentado encarando o teto!
Divagando e sonhando sem fechar os olhos.
Deixe-me sorrir sem motivos e por motivos bobos!
E gargalhar por pensamentos aleatórios e sem nexo.
Deixe-me odiar meus sentimentos e logo após amá-los!
Mandá-los para longe e depois correr para reavê-los.
Deixe-me aqui com minha inconstância!
Com minha vontade de ficar calado e ao mesmo tempo gritar para o mundo.
Deixe-me aqui com minha facilidade parar amar e minha impaciência para esquecer!
Apenas deixe-me aqui, mesmo que sozinho!
Ou se preferir venha sentir também. Mas sem medo!
Não aceito medo de sentimentos e muito menos repressões.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Pensando em mudanças


Sem radicalismo ou incentivado por alguma revolta olhei-me no espelho e pensei alto, como um grito suplicante para mim mesmo: “Hora de mudar!”. Físico? Comportamento? Roupas? Falas? Caminhos? Tanto faz! Qualquer coisa que trouxesse aquele sentimento raro de “estou passos à frente”. Meu eu ansiava por mudanças, por reconstruções. Aquela ânsia de evoluir, sabe? Não porque me disseram que preciso, muito menos por algum sentimento idiota de exclusão. Apenas porque o que é rotineiro me cansa, porque a previsibilidade me deprime e porque quero ser sempre melhor em alguma coisa. Que seja egoísmo! E se de fato for, estou certo de que não estarei fazendo mal a ninguém. E ainda que ninguém note, quero olhar para trás e pensar “Como estou melhor agora!”. Notar que amadureci em algo e ter orgulho de mim mesmo por qualquer besteira. Na verdade, besteira aos olhos alheios, pois para mim não terá sido nada em vão. A maioria das pessoas só sabe falar, falar e falar. E enquanto o fazem estarei eu caminhando, correndo e talvez pulando e no interior me sentindo muito bem, obrigado.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Durante o depois


 
Xinguei, praguejei e reclamei .
Segurei o choro, abafei o grito, me ausentei.
Não queria mais sentimento. Sentimento pra quê?
Apeguei-me a tudo que pudesse rimar com indiferença.
Ansiei por insensibilidade, pedi por frieza.
Desejei odiar. Quis ignorar.
Segui conselhos. Dei-me conselhos.
Acompanhei-me de músicas,
que tiravam palavras da minha boca.
Enfeitei os espaços vagos com filmes,
que remetiam à realidade.
Fui viver.
Dancei, corri, pulei, escrevi. Farreei.
Aceitei carinhos aleatórios.
Abracei, beijei e enjoei.
Esquentei, aliviei e fui me esconder.
Fugi do pensar, mas pensar era inevitável.
Desviei o olhar, procurei outro espaço.
Motivei-me. Alcancei a distração.
Esqueci.