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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Os estranhos porquês que ouvimos em casa



É falta de água.
É por que tomou leite.
Foi o sereno de ontem.
É por que brincou com fogo.
Foi o pequi com sorvete.
É por que tomou muito banho durante o dia.
É por que comeu mais de dois ovos no dia.
Foi o bolo quente que você comeu.
É por que dormiu com a cabeça molhada.

Seja por uma dor física, de uma gripe ou resfriado ou de um simples mal-estar, geralmente, os motivos acima, dentre vários outros, são os que ouvimos das pessoas de casa quando fazemos alguma reclamação.

Por exemplo, você acorda com dor de cabeça e reclama com a sua avó e imediatamente ouve: “Foi por causa do computador!”. Para tentar consertar, você diz que não usou o computador na noite anterior e logo ouve um “É porque você dormiu tarde”. E se continua com as suas justificativas, vai ouvindo das mais diversas explicações. Claro que, em alguns casos, uma dor de cabeça pode até ser culpa do computador, mas é engraçado que a culpa seja única e exclusivamente daquele trambolho tecnológico.

Para os mais velhos, há uma frequente necessidade de culpar uma ou mais de nossas ações pelo o que nos aflige. E são explicações nem sempre plausíveis. Alguém me responde por quê? Não sei se são apenas crenças passadas de geração para geração, ou simples superstições compartilhadas e que hoje, aos poucos, vai perdendo a força por conta da ciência. Mas é algo muito engraçado de se ouvir às vezes. Creio que algumas coisas acabam tendo um pouco de verdade, como algumas misturas que costumamos fazer ao comer, contudo não deixa de ser cômico ouvir que sua barriga está doendo porque você comeu ovo e tomou suco de manga ou que você acordou espirrando porque dormiu com o cabelo molhado.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Quando a esperança nos fode



"Esperança é a última que morre." Vixe!

Quando ela, a tal verdinha, não representa coisas boas, tem o poder enorme de literalmente nos foder. Desculpem-me o termo, mas se pararmos pra pensar, percebemos que tem verdade nisso aí.

Vamos a um exemplo...

Você terminou um namoro extremamente turbulento. E você era perdidamente apaixonado pela criatura, mas o universo conspirou desde sempre contra vocês. Aquilo não daria certo, nem com reza ou simpatia e tudo era completamente evidente. Consequentemente veio o término, contudo você nutria a esperança de que tudo pudesse se acertar e que vocês viveriam felizes para sempre. Com isso, você foi perdendo oportunidades de fazer outras coisas por você ou testar um relacionamento com outra criatura.

Nutrir esperança nem sempre é uma coisa boa. Ela te prende e te atrasa. Faz você querer sempre movimentar o seu passado com a crença de que, dessa vez, as coisas podem funcionar. Não necessariamente em um relacionamento. Esperança pode foder com qualquer situação da sua vida em que você se apegue demais a ela. Isso por que você estará tão preocupado em consertar coisas estragadas, que não vai dar válida atenção aquilo que ainda nem aconteceu. Sem falar na inércia que ela pode causar na sua vida. Você vai ficar lá parado, esperando as coisas melhorarem e vai deixar de agir.

É, não é fácil abandonar seus pedaços pelo caminho, mas se são pedaços podres, não tem porquê ficar tentando, incansavelmente, reanimá-los, uma vez que é possível colocar algo muito melhor no lugar.

Esperança é parente da expectativa. As duas podem atrapalhar nossas vidas e com certeza nos foder, dependendo do poder que damos a elas. O jeito, então, é não ter esperança e expectativas? Não! O ser humano não evoluiu ainda a esse ponto. O jeito é não ceder tanto às exigências das duas.