Pages

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Desencontro

 

Você me olhou e eu estava distraído.
Houve atração da sua parte, mas minha cabeça enchia-se de outras ideias.
Minha percepção estava dormindo.
E os olhares decidiram não se encontrar.
A noite continuou com miséria de emoções.
Você esqueceu da minha existência e o tempo passou calado.
Desencontro.

Após um tempo considerável, coisa de anos, eu te vi.
A atração me puxou pela mão e eu fiquei a te olhar.
Seu olhar encontrou o meu.
Empolgação.

Em minha mente, te via pela primeira vez.
Mas você me via pela segunda.
Arrisquei um papo solto.
Você relembrou que me olhou.
Relembrou que em minha cabeça tinha outras ideias.
E finalizou algo que nunca havia começado.

Minha mente foi obrigada a vasculhar resquícios de um momento não vivido.
Meu olhar obrigado a se perder sem rumo, talvez no chão ou no teto.
A empolgação foi arrancada e levada para longe.
E mais uma vez o desencontro…

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Intimidade

A cada saída, cada festa ou cada momento em que é possível alguma interação social, conhecemos milhões de pessoas. Várias ganham o status de conhecidas, raramente são vistas e quando vistas tornam-se as pessoas do “OI!” e “Tchau!”. Com outras há uma aproximação maior, passam a ser vistas com certa frequência e com um tempo razoável tornam-se amigas.

Essa mini narração do “processo de conhecimento” foi apenas um gancho para falar sobre intimidade.
intimidade in.ti.mi.da.de
sf (íntimo+i+dade) 1 Qualidade de íntimo. 2 Amizade íntima, relações íntimas. 3 Familiaridade.
íntimo ín.ti.mo
adj (lat intimu) 1 Muito de dentro, profundo. 2 Da alma, do coração. 3 Doméstico, familiar. 4 Muito cordial ou afetuoso. 5Fís e Quím Que penetra ou atua no interior dos corpos e nas suas moléculas.  
6 Vestido diretamente sobre a pele, sob outra roupa: Roupa íntima. sm 1 A parte mais interna; o âmago. 2Amigo com o qual se tem grande familiaridade.
FONTE: Michaelis.
Intimidade não é algo que se conquista de um dia para o outro e não vem de carona com um abraço ou um aperto de mão. O caminho geralmente é longo e até que ela tenha uma intensidade considerável, as partes tiveram que trabalhar bastante. Ninguém chega, por exemplo, em uma pessoa e imediatamente pergunta algo pessoal demais, tipo de quanto é o seu salário. Até existir liberdade suficiente para isso um tempinho já passou desde o primeiro contato, talvez até meses. E depois que a intimidade começa a fazer parte de um relacionamento qualquer é só alegria. Ou não!
Antes da intimidade: - Acho que senti um cheiro estranho.
Depois da intimidade: - Porra amigo, você tá fedendo mais que gambá!
Antes da intimidade: A pessoa segurou ao máximo seus gases nada nobres.
Depois da intimidade: - To peidando tanto hoje. (E solta aquele mais barulhento ao lado da pessoa.)
Conquistar intimidade sem pressões é muito prazeroso, seja com os amigos ou em um namoro/casamento, já que na família é sempre mais natural.

Amigos íntimos são aqueles que mais te conhecem e já te viram nas mais diversas situações. Há liberdade para praticamente tudo e dificilmente há medição das palavras. E não há necessidade de medí-las! A palavra vergonha deixou de existir, pois a pessoa já sabe até a hora que a outra costuma fazer o número 2.
 
Em um namoro/casamento a intimidade faz com que o sexo seja profundamente mais explorado, a comunicação fica mais fácil e as partes passam a se conhecer mais profundamente.

É muito bom ter intimidade com as pessoas com quem convivemos e gostamos, contudo devido a quantidade excessiva de liberdade e devido às diversas situações constrangedoras que surgem, sempre cabe dizer, no bom sentido:
INTIMIDADE É UMA MERDA!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Em algum lugar do passado

Ah, o passado! Já fora tão presente e hoje só existe no mundo das lembranças e fotografias.

Acho que todo mundo, algum dia de sua vida, já desejou viajar no tempo e reviver acontecimentos ou consertar outros. Pensar nisso é inevitável, principalmente quando os momentos vividos foram muito bons. Duvido muito que algum ser não gostaria de sentir outra vez uma mesma boa sensação. Imagine poder estar novamente em um namoro que tanto te agradou, estar no mesmo dia e local de uma viagem inesquecível ou rever uma pessoa querida que já faleceu. O passado, se vasculhado, poderia ser imensamente cheio de opções...

Todos os filmes que vi sobre esse assunto mostraram dois lados bastante definidos. Aquele em a pessoa consertava algo tendo seu momento de prazer e aquele em que as consequências vindas daquela mudança não eram nada boas. “De volta para o futuro” (deu saudade de assistir. Rs.), “A máquina do tempo”, “Efeito borboleta”... Será que realmente seria assim turbulento? Não dava pra ter uma visão mais otimista da coisa e ver tudo dando certo depois de voltar no tempo? Acho que eu pagaria pra ver. Tenho muitos momentos que, se tivesse a oportunidade, não hesitaria em reviver.

Ao estudar história na escola a professora explica a importância do passado para os dias atuais. O fato de aprendermos com ele e fazer com que as ações do presente sejam mais facilmente administradas. Totalmente concordável, porém gosto de ir um pouco além com essa ideia de que o passado ensina. Sim, você aprendeu com ele! E será que não aprendeu de tal forma que, no caso de poder voltar no tempo, ter conhecimento suficiente para não errar de novo? Loucura, talvez, mas acredito que uma loucura ordinária.

O fato é que o passado está lá bonitinho no lugar dele e quem sabe um dia a tecnologia evoluirá o suficiente para que possamos ao menos tocá-lo mais uma vez. Acho que seria interessante…

 

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Receita pós-término?

Recentemente perguntaram minha opinião sobre o que fazer depois que se termina um namoro afim de evitar pensamentos indesejados ou sofrimentos exagerados. Acho engraçado porque minha experiência nesse campo é mínima e não tenho nada de conselheiro amoroso, mas como um bom observador das relações sociais tento algumas palavras...

Como eu já até havia comentando no post Palavras do Passado: “Superar momentos, muitas vezes, pode demorar e acredito que cada pessoa tem um tempo diferente. Porém um dia tudo passa e você percebe que está completamente pronto pra outra.” Mas e o durante o tempo de transição? Acredito que seja onde cabe uma resposta para a pergunta que me fizeram.

Uma coisa é certa: ninguém é igual, nem mesmo nas formas de fugir de um sofrimento. E já vi diversas situações que eu mesmo não faço ideia se alguma funcionou pra alguém. Mas vamos aos exemplos!

Tem gente que cai na balada, com festa de segunda a segunda. Outros tornam-se quase profissionais do sexo, mas sem cobrar pelo serviço. Pegam geral e até gripe, com prazer! Alguns excluem todo tipo de contato com a (o) ex e fazem questão de evitar qualquer encontro que seja, até o mais acidental. Trancam-se em casa e quase viram objetos de decoração. Há os que correm atrás de novos amigos e novas rotinas. Outros investem em si, no físico, nas roupas, na saúde. E existem os que fazem tudo isso e mais um pouco.

Enfim, acho que cada um tem que analisar aquilo que melhor ocupa sua cabeça sem esquecer que sofrer, nesses casos, é inevitável. Quem saiu de um relacionamento provavelmente está acostumado à rotina que vivia a dois e ocupar aquele espaço que ficou vago não é algo tão simples. Mexendo um pouco os pauzinhos, você amava alguém e agora pode se amar, amar e amar. Você pode ser mais bonito do que já é. Suas roupas podem ser melhores. Seu cabelo pode ser mais estiloso. Ou seja, você pode chamar mais atenção por aí, se quiser. E provavelmente dinheiro tem sobrado mais, certo? É ir juntando os detalhes e ocupando os espaços vagos...

São palavras bastante clichês, mas parece que quando se está na “fossa” o óbvio é ignorado. Acho que Deus devia ter criado o ser humano com um botãozinho de liga/desliga para o gostar de alguém. Seria tão mais simples. E sei que não vou mudar o mundo, mas se minhas sinceras palavras fizerem diferença pra alguém já fico feliz.

Se alguém tem uma receita do que fazer para curar a “dor de cotovelo”, compartilhe! Valeu!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A cultura do atraso

Certa vez, enquanto estudava inglês em uma escola do Canadá, a professora questionou os brasileiros da turma o porquê do costume de atrasarem para praticamente tudo. Alguém levantou a mão e respondeu que era meio que uma tradição, algo já prescrito no comportamento de cada brasileiro. Particularmente, não sei de onde isso veio e nunca gostei de fazer parte.

Se você faz uma festa para comemorar o que quer que seja e marca às 19 horas, as pessoas começam a chegar às 21 horas. Você marca de encontrar alguém e a pessoa chega uma hora depois. Tem aula às 19h e o professor chega meia hora depois. No casamento a noiva atrasa mais de uma hora. Aí, você fala pra alguém “Vamos chegar mais cedo na aula hoje?” e ouve “Por que se o professor nunca chega na hora?” Hábitos estranhamente tão aceitos.

Há uns dias vi uma reportagem na televisão sobre um padre que instituiu em sua paróquia que os noivos, nos acordos de casamento, seriam obrigados a dar um cheque caução garantido o inicio da cerimônia na hora marcada. Se a noiva ou o noivo atrasassem, o cheque seria depositado em benefício da Igreja; se não, o cheque seria devolvido ao final da cerimônia. Um exagero do padre ou uma boa forma de fazer com que as pessoas reavaliem seus conceitos sobre atraso? Gosto da segunda opção.

Só queria enfatizar o fato de não entender como uma tradição incômoda ganhou proporções tão grandes e comuns. Deu uma certa vergonhazinha ser questionado fora do país sobre esse detalhe, ainda mais por não conseguir explicar a origem e porque tanta gente colabora com isso. Alguém consegue explicar?

Estava lendo um texto sobre entrevista de emprego e achei o trecho abaixo muito considerável.

Ninguém quer ser neurótico quanto a chegar atrasado, ou obsessivo com o relógio. Mas lidar bem com os compromissos e horários é uma característica das pessoas eficientes – e aproveitar bem o tempo que se ganha ao chegar cedo nos compromissos é um sinal de Efetividade.

FONTE.

Eu não acho nada fashion, mas sim desrespeitoso e deselegante. Minha opinião! E como li em um vizinho virtual:

Você pode até espernear e dizer “ah, mas de vez em quando é impossível evitar!” Pode até ser, mas é de vez em quando, bem de vez em quando mesmo, do tipo quase nunca beirando mais o nunca do que o quase. Se essa é uma constante na sua vida, jogue o seu relógio fora e compre um novo ou passe a usar e trabalhar melhor os seus agendamentos. Pois com certeza, o seu timing pessoal anda precisando de sérios ajustes.

FONTE.

Pois é! rs.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Términos lamentáveis

Vocês já tiveram a visão de que alguns namoros nasceram para nunca acabar? Ao observar casais de amigos terminando o namoro/casamento é como se o mundo tivesse perdido a credibilidade.

Alguns começaram ainda durante a escola como uma simples amizade que acabou se convertendo para uma amizade colorida e depois para algo mais sério. Aqueles casais mais alvos de brincadeiras, da cantoria da famosa “Com quem será”, os que mais ilustravam para todos o que era o ato de namorar e os que viviam ouvindo piadinhas sobre padrinhos e madrinhas de um futuro casamento. Outros surgiram do nada, com pessoas que nunca imaginaríamos juntas. E depois, com o tempo, acostumamos tanto com os dois juntos que os dois nomes passaram a ser citados como se fundidos, para praticamente tudo. “Tem visto Fulano e Ciclano?”, “Vamos ligar para Fulano e Ciclano!”...

Desde o início da ‘junção’ já tinham ido 2, 3, 4 anos de relacionamento. E nós, como amigos, presenciamos altos e baixos, brigas bobas e reconciliações. Ainda assim, a possibilidade de término (sem volta!) sempre fora a mais remota. Sempre duvidamos que aconteceria, porque era como se o casal fosse uma pessoa só. Aí, de repente, um começa a ficar chato com o outro, os defeitos vão ganhado ênfase, o ciúme passa a aparecer mais e a confiança parece ter sumido. Tudo vira motivo para cara amarrada e o tal término um dia acontece.

A princípio, parecia algo passageiro e que brevemente os dois estariam juntos novamente, porém a ideia de volta acaba sendo afastada de nossas cabeças e somos obrigados a nos acostumarmos com ela. Assim, o ‘eterno’ e o ‘para sempre’ tornaram-se coisas realmente abstratas.

Estranho ao extremo, mas percebemos que são vários os términos sem volta e que estes fazem parte de um mundo realista e de fatos incontroláveis. E passível de pena. Muita pena! Porque eles podem ter tido todos os motivos do mundo e perda total da compatibilidade que os mantinham juntos, mas não deixa de ser algo lamentável aos olhos alheios.

E como eu disse uma vez, às vezes o amor não é suficiente para manter duas pessoas juntas... Infelizmente.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Citação II

Ando meio sem tempo ora parar e escrever algo aqui por esses dias, mas pra não deixar passar tanto tempo, faço outra citação. Outro dos textos que tenho guardado e gosto muito. Este eu guardei na época da facul, enquanto estudava Psicologia Organizacional e sobre Gestalt, mais especificamente. Acho tão, sei lá, aquariano. rs.

 

Oração da Gestalt

"Eu faço as minhas coisas e você faz as suas.
Não estou neste mundo para satisfazer as suas expectativas
E você não está neste mundo para viver conforme as minhas.
Você é você, eu sou eu.
E se por acaso nos encontrarmos, é lindo.
Se não, nada há a fazer.

Se eu faço unicamente o meu e tu o teu
corremos o risco de perdermos
um ao outro e a nós mesmos.

Não estou neste mundo para preencher tuas expectativas
Mas estou no mundo para me confirmar a ti
Como um ser humano único para ser confirmado por ti
Somos plenamente nós mesmos somente em relação um ao outro

Eu não te encontro por acaso
Te encontro mediante uma vida atenta
em lugar de permitir que as coisas
me aconteçam passivamente

Posso agir intencionalmente para que aconteçam
Devo começar comigo mesmo, verdade
mas não devo terminar aí:a verdade começa a dois."

 

Pra quem não sabe, A Psicologia da forma, Psicologia da Gestalt, Gestaltismo ou simplesmente Gestalt é uma teoria da psicologia iniciada no final do século XIX na Áustria e Alemanha que possibilitou o estudo da percepção. (Caso queira ler sobre, clique aqui.)

A figura abaixo ilustra bem a ideia do conceito. O que você vê nela? Uma mocinha ou uma velha?

E é isso. Até mais!