Pages

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sons no silêncio

Uma voz silenciosa grita sem que ninguém perceba

Um grito mudo meio ao silêncio ensurdecedor, vezes impenetrável.

Na vontade oculta de expressão

Vontade involuntária de sentir e não ter preocupação

Vontade de ter cada vez mais vontade

E da vontade construir castelos de cartas, de ingressos ou mesmo de copos.

 

Mas há medo. Medo do medo. Medo de ter medo. Medo de causar medo.

Medo. Palavra chata. Torna o grito ainda mais intenso em sua mudez.

Silencia os gestos mais transparentes.

E faz da boca distribuidora de racionalidade.

 

Não há falsidade. Pelo contrário! Há sinceridade em excesso.

Boas intenções e planos que nem sequer foram imaginados.

E também palavras que não foram escritas ou ditas.

Tudo preso em uma caixa sem fechadura e com pouco espaço para ideias de fuga.

Alimentando, hora ou outra, em frequências alternadas, o grito sem som.

 

O grito chega a aproximar-se, por vezes, do audível.

Porém é abafado pelo som do tempo.

Tempo autoritário que vive de inveja e passos curtos.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Meio às palavras

Logo no começo do blog eu fiz um post sobre o poder das palavras. Algo bem fraquinho. (Post) Aí do nada comecei a escrever o texto abaixo. Acho que ficou melhor…




Meio às palavras


Meio às palavras todos os meus sentimentos mais ocultos podem ser expressos,
Ainda que ninguém saiba do que se trata.
Meio às palavras posso gritar, chorar, odiar ou amar.
Posso ser eu mesmo sem me preocupar.
Posso bater, xingar, maltratar, criticar e sem causar mal, de fato.
Posso sonhar e dos meus sonhos imaginar, criando mundos perfeitos.
Imaginar que a vida é plena e feliz.
Imaginar que as pessoas são sempre boas.
Imaginar que todo o mal nunca me alcançará.


As palavras me dão um poder imenso e tenho ciência de que mal aprendi a usá-las.
As palavras dão liberdade aos meus pensamentos, mesmo os piores.
E podem fazer com que tudo seja aceito, sem julgamentos.
Bastando acrescentar uma pitada de poesia e bom senso.


Com as palavras posso ser vilão, um animal feroz, ou um objeto inanimado, porém expressivo.
Posso ser o menino bonzinho da maneira que a intensidade me instigar.
Posso perder o medo da realidade e conseguir ceder alguma ajuda.
Posso ser eu ou ser você, na hora que eu quiser.
Posso escrever um final feliz para todas as coisas.
E posso ser sempre feliz, quando eu bem entender.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Sonhos



Como Paula Toller disse em uma de suas músicas:



“Que lindo que é sonhar
Sonhar não custa nada
Sonhar e nada mais
De
olhos bem abertos
Que lindo que é sonhar
E não te custa nada mais que
tempo”

Sem entrar no mérito científico e psicológico, sonhar é de certa forma uma extensão do pensamento. Uma viagem ainda não vivida, mas totalmente desejada. O desejo de concretização de algo. E vivemos sempre sonhando, dormindo ou acordados.

O ser humano é expert em matéria de sonho. Sonha em ter dinheiro. Sonha em ter uma casa própria. Sonha em ter um carro. Sonha em viajar. Quando alcança todos os primeiros, recomeça a sonhar. O rico, cheio de dinheiro, quer poder. O ator amador, com uma graduação em artes cênicas, quer fama. A moça romântica, realizada profissionalmente, quer o marido perfeito. Assim, o ser humano nunca está satisfeito com o que já tem e é óbvio que nunca estará. Algo natural, digamos. São estes sonhos que movem o mundo? Provavelmente.

Mesmo que os sonhos não se concretizem, o ato de sonhar consegue ter sua parcela de conforto na vida de uma pessoa. É uma massagem carinhosa na imaginação. Contudo, como hoje tudo vira doença da mente, creio que viver sonhando pode também frustrar em demasia. Para muita gente não é nada fácil traçar metas e objetivos a fim de realizar os próprios sonhos. Muita gente acomoda-se em um sofá daqueles bem grandes e ficam lá esperando que as coisas aconteçam sozinhas ou que caiam do céu em dias de chuva. Um dia vem a realidade e “PAH!”, dá um tapa na cara.

O fato é que existem pessoas de todo tipo para todo tipo de coisas. Apesar de todos os pesares, sonhar é muito bom. E mais uma vez vale enfatizar a ideia de que alguém poderia inventar e vender determinação e motivação em cápsulas. Facilidades. Olha aí, mais um sonho!


“O sonho nos dá aquilo que a realidade nos nega.”

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Música II

Claro que música não foi feita apenas para dançar! Sua utilidade é tão extensa que acho que seria complicado enumerar a quantidade de sentimentos e situações vindos do ato de ouvi-la ou reproduzi-la.

“A música possui a capacidade estética de traduzir os sentimentos, atitudes e valores culturais de um povo ou nação.”

Música acalma, anima, traz saudade, muda o humor, instiga ‘dor de cotovelo’, nostalgia, dramatiza cenas, é linguagem de comunicação, usada como protesto e por aí vai. Você sempre liga uma música a alguém ou a um momento. E, muitas vezes, sem perceber, cria uma trilha sonora para a própria vida.

Sentimentalmente falando, ouvir música é algo tão prazeroso. Tão intenso, às vezes. E afirmo com veemência que um dia sem música é um dia sem tempero. O subconsciente sempre agradece! É bom sermos eternamente gratos à pessoa ou pessoas que tiveram a ideia de inventá-la.

Sem entrar na discussão do gosto musical, é engraçado também perceber o poder que algumas músicas têm de ficar na cabeça por horas ou até dias. E na grande maioria das vezes são sempre aquelas que você mais detesta. Quando percebe também está cantando. Rs.

“O pinto! O pinto do meu pai fugiu com a galinha da vizinha....”

“Adocica, meu amor. Adocica...”

“Chora me liga, implora meu beijo de novo, me pede socorro...”

“Você, você, você, você, você, você, você quer?”

(...)

Enfim. Não consigo imaginar um dia sequer que não tenho música por perto. Mesmo que ainda eu não ouça, alguma coisa eu cantei sem perceber. É fato que música tem imenso poder influenciador e adoro tirar proveito disso. E se existe alguém no mundo que não gosta, façam o favor de interná-lo, amarrá-lo e colocá-lo com dois fones ouvindo música sem parar! Rs.

 

Aproveitando e indicando algumas…

 

Tocou em uma festa que fui no Sábado passado e um amigo relembrou que gostei. Bastante gostosinha!

 

Todo mundo divulgou esta no Facebook essa semana. Outro amigo me mostrou e eu me amarrei no clipe e na música. Dá vontade de entrar nele.

 

Ao ouvir no carro de um amigo pela segunda vez, me apaixonei por ela. Super agradável!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Reciprocidade

Toda relação social envolvendo duas pessoas necessariamente tem dois lados, certo? E não significa que os lados têm sempre que concordar um com o outro, né? Digo concordar um com o outro no sentido de simpatizar-se um pelo outro, compartilhar um sentimento mútuo. Então...

Cachorros estranham outros cachorros. Bebês choram quando são segurados por estranhos. Você vai com a cara de alguém e este não vai com a sua. Etc. Não há correspondência para todo afeto, toda simpatia, assuntos em gerais. Reciprocidade nem sempre é algo presente nas relações e acredito que desde sempre.

Quem nunca esteve “a fim” de alguém e não foi correspondido que atire o primeiro tomate! Ou quem nunca se simpatizou por uma pessoa e não teve o mesmo retorno, atire o segundo! Amizade também pode não acontecer pra todo mundo. O fato é o que o comportamento humano pode ser cheio de individualismos, isto é, cada um com seus gostos e interesses. Ou aprofundando um pouco mais, a intensidade dos sentimentos pode não ser a mesma para ambos. E o que fazer? Nada!

Cobrar reciprocidade não é legal. Ela acontece sozinha, na hora certa. E às vezes nem chega a acontecer. Nos romances as partes envolvidas podem até tentar dar chances, mas se o amor não surge o negócio não vai andar. Acho que cobrar que alguém te corresponda seja o mesmo que fazer uma pessoa que detesta jiló comer jiló. Não dá pra simplesmente virar e falar “Ei você, goste de mim!”. Se ela não gosta, não vai mudar o pensamento só porque você pediu. Insistir vai te transformar em chato e grudento e você provavelmente será ignorado, se não ganhar uma má resposta.

Dias atrás um amigo citou os seguintes versos do Chico Buarque: “Se eu demorar uns meses convém, às vezes, você sofrer. Mas depois de um ano eu não vindo ponha a roupa de domingo e pode me esquecer". Grande Chico!

É a parte chata do livre arbítrio. O melhor a fazer é ficar quieto, aceitar e respeitar.


E um vídeo bonitinho…

 

Primeiro beijo

terça-feira, 10 de maio de 2011

Fica!

376627_466082450078945_829497733_n

Calma! Você está indo aonde?
Não vá! Espere o dia amanhecer!
Daqui a alguns minutos as cores começarão a se contrastar.
O sol vai nascer e não vai faltar luz.

Não se preocupe com as pessoas! Elas sempre vão falar.
Não adianta reclamar do tempo, pois ele sempre passa.
O mundo gira involuntário à nossa vontade.
Sempre foi assim. Sempre será.

Tudo bem, eu não sou perfeito, mas posso tentar.
Medo, todos temos. E não tem problema se o seu é maior.
Melhor ter medo acompanhado.
Ou ignorá-lo com algum apoio.

Minha mão pode segurar a sua, se quiser.
Se me der liberdade ainda te puxo por aí.
Eu não conheço nada do mundo, mas mostro tudo aquilo que me encanta.
E ainda deixo você conhecer os detalhes que ficam implícitos.

Viu? O dia amanheceu.
Fique um pouco mais! Já a tarde chega.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Próxima vez?

Eu estava quieto no canto, curtindo meu momento. Você veio do nada e me roubou. Atenção, olhar, sorriso, todas as minhas reações. E quem diabos era você? Veio com a resposta para esta pergunta e aproveitando para roubar mais. Beijos, abraços, carinho. Foi eficiente na ação, pois não houve da minha parte intenções de fuga ou defesa. Tentou, logo, pagar todo o roubo com um elogio. Aliás, vários elogios. E conseguiu. Deixei-me levar. O que foi roubado virou doação. Consequentemente o meu momento tornou-se nosso e meus pensamentos converteram-se em planos a curto prazo.

Horas depois, a contragosto, o tempo tomou as rédeas da situação. O dia pareceu ter menos de vinte e quatro horas. Despedida. Triste despedida. Por um momento, homogêneo e após um segundo, cada um em seu caminho. Trocamos contatos, pelo menos. E você esqueceu seu gosto e cheiro na minha memória. Propositalmente, com certeza.

Empolguei com a memória daquela noite. Estava totalmente apaixonado. Procurei você no mundo real e virtual. Tentei te fazer presente quando não estava. Estava sempre atento à sua aparição. A vontade de mais encontros e mais contato era cada vez maior e eu corria atrás do meu jeito. O mínimo de atenção que fosse era suficiente para ter fome da sua presença. Esperar por você era uma alegria sem concretização. De vez em quando acontecia.

De repente, dias depois, o que era um “Oi, tudo bem?” tornou-se apenas um “Oi”. Sem motivo aparente. A sua atenção foi virando memória e certo desespero veio à tona. Cadê você? Para onde foram meus elogios? O nosso contato foi interceptado? O que eu fiz? Paranoia, pensamentos desnecessários, dias de reflexão.

Você nunca me correspondeu. Você nunca utilizou da reciprocidade. Sensatez, racionalidade e passos curtos eram o que te descreviam melhor. E eu nunca estive apaixonado por você. Era carência! Pura e ilusória. Instigante e irônica. Apeguei-me a ela e ela me jogou a você com cola. Toda a sua beleza foi inconscientemente aumentada e o que vinha de você foi ganhando ênfase. Pequenos elogios tornaram-se juras de amor de baixa intensidade. Carinho frio ganhou calor de febre e mensagens educadas a aparência de declarações.

Carência. Culpada!