Pages

segunda-feira, 12 de março de 2012

Português

O português é uma língua rica, cheia de detalhes, de regras e características que a torna uma das mais complexas do mundo. São necessários anos de estudo, leitura e prática até conseguir boa proficiência e, mesmo assim, nunca beirando a perfeição. Porém, parece que o básico vem sendo deixado de lado. O básico mesmo! Andam errando muito nas coisas mais simples. Com a popularização das redes sociais é possível observar, com maior alcance, como anda a escrita do brasileiro, já que muitas coisas são publicadas diariamente e o tempo todo. É triste ver tanto erro.

Pode até ser exagero meu, mas é totalmente perceptível o assassinato crescente da língua. Uma parte pode até ser justificada pela pressa de escrever, mas alguns outros erros poderiam matar qualquer gramático do coração. Alguns se tornam tão comuns que acabam criando uma reação em cadeia. Se a culpa é, de fato, da internet eu não tenho argumentos suficientes para afirmar. Contudo, mesmo com ela, todos ainda têm que frequentar as salas de aula por muitos anos e estudar português em todas as etapas do ensino.
 
Na minha época de escola, estudá-lo bem era totalmente necessário para “passar de ano”. Era uma matéria que reprovava como outra qualquer. Hoje já vi várias pessoas com diploma de ensino superior escrevendo “seje”, “grassa” ou sem nem sequer saber o que é o infinitivo dos verbos, por exemplo. Pergunto: Acabou a cobrança nas escolas?
 
Agora imagine a seguinte situação: Antes da troca de fotos ou descrição física, você começa a conversar virtualmente com alguém. Conversa vai, conversa vem, a pessoa solta “com migo”, “açerto”, “cincero”, “pra mim estar”... Qual a imagem dessa pessoa você cria na cabeça? Nem vou tentar descrevê-la. Não sei quantos concordam com a ideia, mas português muito errado é broxante.
 
Claro que é impossível saber todas as regras, escrever e falar com perfeição. (Eu, na minha querida humanidade, vivo errando e sendo corrigido. Não sou expert.) Ainda assim, alguns erros são vergonhosos de se cometer. Ou pelo menos a vergonha deveria sempre existir, mas não é o que acontece. Há erros gritantes publicamente por aí causando muita dor nas vistas.
 
Diante do exposto, enfatizo a importância de interessar-se pela própria língua. Está claro que todos os caminhos que se destinam ao sucesso exigirão proficiência na mesma. Afinal, é a nossa língua e saber utilizá-la é nossa obrigação!
 
Últimas considerações: Ler ajuda muito no geral e só é algo chato quando você não sabe escolher o que vai ler; Dicionário existe por um motivo; Escrever não é um bicho de sete cabeças se seu português não é ruim.

Alguns erros comuns:

Concerteza – O certo é "com certeza". É incrível como as pessoas insistem em escrever "concerteza", tudo junto. São duas palavras, formando uma expressão que significa "sem dúvidas", "certamente", "é claro", "é lógico".

Agente/ a gente - Quando possui função de pronome, substituindo de modo informal a palavra "nós", o certo é escrever as palavras separadamente (a gente). Lembrando que a conjugação do verbo é na 3ª pessoa do singular.
Ex.: A gente gosta de cantar.
Agente: Que age, que exerce alguma ação; que produz algum efeito. S. m. e f. 1. Tudo aquilo que age, que atua, produzindo um efeito. 2. Pessoa encarregada da direção de uma agência; agenciador. 3. Gram. Ser que realiza a ação expressa pelo verbo. 4. Filos. O princípio ou o sujeito de uma ação. 5. Dir. Pessoa que executa qualquer ato jurídico ou por ele é responsável. 6. Med. Qualquer força, princípio ou substância capaz de agir sobre o organismo, quer de modo curativo quer de modo mórbido.

Nada haver - O certo é "nada a ver", dando a ideia de nada semelhante, nada parecido, sem fatos em comum.
Ex.: Aquele livro não tem nada a ver comigo.

Mas/mais
Mas: conjunção adversativa, equivale a porém, contudo, entretanto:
Ex.: A felicidade voa tão leve, mas tem a vida breve.
Mais: pronome ou advérbio de intensidade, opõe-se a menos:
Ex.: Este é o curso mais caro da faculdade.

Mal/mau
Mal: advérbio (opõe-se a bem), como substantivo indica doença, algo prejudicial:
Ex: Sua aula foi mal preparada. (advérbio)
Ex: A criança sofre desse mal há dois anos. (substantivo)
Mau: adjetivo (ruim, de má qualidade)
Ex: Tive um mau presságio hoje.

Afim/a fim -
Afim: adjetivo que indica igual, semelhante.
Ex: Tínhamos idéias afins.
A fim: indica finalidade:
Ex: Vesti-me a fim de ir ao cinema.

Demais/ de mais
Demais: advérbio de intensidade, sentido de “muito”.
Ex: Você é linda demais.
Demais também pode ser pronome indefinido, sentido de “os outros”.
Ex: O papa rezava enquanto os demais dormiam.
De mais: opõe-se a de menos.
Ex: Não vejo nada de mais em sua atitude.

Menas - O certo é "menos". Trata-se de um advérbio de intensidade, portanto é invariável.
Ex.: Por favor, coloque menos água no copo.

Pra ‘mim’ fazer - Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.

O ingresso é “gratuÍto” - A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica).

Eles “tem” razão - No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.

Ela “estar” bem. – O certo seria “Ela está bem”. O verbo “estar” está no infinitivo, ou seja, não foi conjugado.

 

Fontes:
Obs.: Também sou escravo dos erros. Caso os veja, pode apontá-los! Tenho o propósito de sempre melhorar.

10 comentários:

  1. Belíssimas colocações. Parabéns! ... ^^ ... Eu, particularmente, tive problemas com meu idioma apenas no início do ensino fundamental, logo após estudar mais profundamente percebi que temos um dos idiomas mais ricos (em palavras) do mundo. Sou um amante da Língua Portuguesa e defendo meu idioma nativo onde quer que eu esteja.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Português é difícil. Tem dia que eu fico cheio de dúvidas na hora de escrever. Tendo uma língua tão rica deve ser normal, né? rs. Eu também defendo o nosso português. Obrigado pelo comentário!!!

      Excluir
    2. Foi muito proveitoso para mim Erick Caldeira primeira vez que visitei e não vai ser a última! :)

      Excluir
    3. Erick 100% APROVADO! Só queria agradecer mais uma vez! Fiquei mais esperta nesse assunto! :D

      Excluir
  2. Ah, que saudades dos velhos e belos tempos em que a Língua Portuguesa tinha o devido e merecido destaque. Fernando Pessoa passou 40 anos de sua vida escrevendo, sempre, pois seu primeiro poema foi aos 7 anos, com óbito aos 47. Ele é apenas uma singela amostra do quanto o hábito da escrita é bom, importante e agradável. Quem lê e escreve com entusiasmo e periodicidade torna-se uma pessoa mais informada, mais experiente e mais preparada para quaisquer adversidades literárias.
    Conhecer a linguá nativa permite que o estudo de línguas estrangeiras seja ampliado, pois pode-se fazer comparações e conexões com os vocábulos já conhecidos.
    Sou suspeito sobre o presente assunto, haja vista que adoro ler, ouvir, escrever e, quiçá, respirar a Língua Portuguesa. Continue a nos presentear com textos que nos motivam e despertam sensações!

    ResponderExcluir
  3. Você pediu que o fizesse e eu não resisti. Há um erro no texto.
    Você escreve: "É um pouco triste ver tanto erro."
    Na verdade, é MUITO triste ver tanto erro.

    Diferente do "docesdivagacoes", eu, na minha humilde oligofrenia, - e apesar da pouca idade - não sinto saudade dos tempos [não belos] em que a Língua Portuguesa tinha "o devido" destaque. Acredito que o Português e, principalmente a sua grafia, nunca tiveram o destaque merecido. O que acontece é que hoje em dia, devido única e exclusivamente à globalização, é possível que se tenha acesso aos erros, massacres e assassinatos à Língua.
    Me entristece profundamente ler/ouvir erros gráficos grotescos vindos de brasileiros que falam uma ou duas Línguas além do Português.

    Caldeira, amei, simplesmente a forma como você escreve. Seria de grande valia se os errantes tivessem o mínimo interesse em 'posts' como o seu.

    Fica os meus votos de estima e consideração.

    ResponderExcluir
  4. Ótimo texto Erick! Concordo com tudo! Acho o cúmulo ver erros tão grotescos nas redes sociais, acredito que as pessoas deveriam se importar pelo menos um poquinho com a escrita correta... Só faltou um clássico aí nos erros comuns: 'anciedade, ancioso'. Esse me mata!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado, Ananda! Tem tanto erro desses básicos por aí. Dava pra fazer um livro. rs. Volte sempre!!!

      Excluir
  5. Erick! Não acho vergonhoso errar! Acho vergonhoso não querer e ter preguiça de aprender! Por isso, vamos sempre andando em frente, buscando o conhecimento.
    Por falar nisso, seu texto já começa com erro de concordância! Rs!

    "O português é uma língua rica, cheia de detalhes, de regras e características que a tornam uma das mais complexas do mundo."

    Sujeito: O português! lingua rica: predicativo do sujeito. Verbo concorda com o sujeito e não com o predicativo! :P

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Errar não é vergonhoso. Eu não disse isso. Todos erramos. Contudo, alguns erros não são pelo simples fato de ser humano. Estou criticando o básico. E a intenção do texto não era ofender ou mostrar superioridade. Era focar que o básico vem sido deixado de lado. Meu português nunca vai ser perfeito, mas eu não deixo morrer minha vontade de sempre melhorá-lo. É minha obrigação! Estou bem ciente que muitos vão tentar encontrar os meus erros neste texto e estou certo que vão encontrar. Rs. Você foi o segundo(a). Obrigado! Erros de concordância são os mais fáceis de se cometer.

      Excluir