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terça-feira, 3 de novembro de 2015

Silêncio escrito

Em um mundo imaginário, mas real...
Ou real de fato, mas imaginário...
A faca amarrada ao pensamento dilacerou
Cortou fundo, sem sujeira
Fez sentir um desconforto nas entranhas
Pressão no peito. Inquietude
Muitas vezes e parou.
Torpor.

Reclamar? Para quê? Por quê?
Prefiro o silêncio
O silêncio já virou pele, pele sobre a pele
Tornou-se abrigo, conforto e morte
Covardia disfarçada
Tornou-se mudança de perspectivas
E de certezas
Um mergulho de cabeça no egoísmo
Assertivo pois

Encarar a solidão e passar a apreciá-la é um pecado aceito
Loucura, talvez digam
Teatro, talvez já disseram e ainda dizem
O fato é que não importa mais
O mundo gira, com ou sem compreensões
Com as muitas tempestades de julgamentos

Eu fico com o silêncio!
Com o egoísmo
Com o nada bem aproveitado
Com o que vem de bom grado
E sempre vem em abundância, obrigado!

Danço com a solidão sorrindo
Distribuo sorrisos
Abraço a gentileza
E amo muito!
Afinal, não aprendi ser diferente
E agradeço por saber enxergar além do comum
Por que apesar de tudo, a vida é linda!

E o mal...
O mal vai coexistindo, pois o bem precisa dele.

Fonte: https://pixabay.com/p-799598/?no_redirect

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Ainda sobre o tempo

Leia ouvindo a playlist abaixo:



Fonte: http://senta.la/1ve1k
Antigamente sobrava tempo. Podíamos gastá-lo com muitas horas de sono, até mais do que era realmente preciso. Podíamos assistir toda a programação de um canal qualquer de TV, sem preocupações. Ou podíamos simplesmente sentar na porta de casa e ficar horas vendo o movimento dos carros e pessoas que passavam. Havia até tempo para reclamar de tédio, por ter tanto tempo.

Depois de tanto tempo sem sequer notar o tempo, é tão estranho perceber que ele não é tão grande assim e que dentro dele não cabe mais todas as ações desejadas. A sensação que fica é a de que o dia parece faltar horas e qualquer coisa que você faça de diferente daquela rotina, bagunça tudo e não dá pra fazer mais nada. Milésimos de segundo de sono se tornam coisas importante na sua vida, já que perdê-los é como te colocar próximo ao conceito de zumbi no outro dia.

Aí um dia aparece um adulto para fazer você acordar para a realidade. Ele enfia na sua cabeça que você já entrou para o grupinho dos adultos, pois você já é um adulto. Ou, se você é bem esperto, descobre isso sozinho. E você tem que aceitar sem reclamar, pois não passa de uma verdade e mais, vai ter que aprender a administrar o seu próprio tempo, deixando de lado muitas coisas que nada acrescentam no seu dia, para que as coisas que realmente importa ganhem foco. Por um bom tempo você vai sofrer em ter que abandonar suas coisas inúteis e cheias de felicidade.

Chega um momento em que você percebe que o tempo deixou de ser grande e você vive sonhando e aguardando ansiosamente por dias em que ele aumente, como nos feriados, folgas e nas férias. Apenas para tentar fazer coisas que normalmente não dá tempo nos dias de rotina. Mas aí, nesses dias de muito tempo, quase sempre, você faz uma parceria com o nada. Fazer nada é tão bom! E assim a vida vai seguindo, com seu desejo incessante por mais e mais tempo, para você fazer suas coisas legais ou fazer nada novamente.

domingo, 16 de agosto de 2015

Hoje o tempo voa, amor

laughing
Fonte: https://flic.kr/p/6u5SXv
Bate uma felicidade tão grande quando se faz algo que se está com vontade. Pode ser aquela coisa mais simples como sair, abrir os braços, fechar os olhos e sentir o vento. Ou ligar o som e começar a dançar pela casa. Sem falar em loucuras, tipo cometer uns excessozinhos de vez em quando, tomar um porre daqueles e morrer de ressaca no outro dia, arriscar uma conversa com um estranho, enfiar a cabeça na janela e gritar alguma coisa para o mundo... Que graça tem a vida se não for para ser vivida? Do jeito que for. Independentemente da fase em que você se encontra naquele momento.

Há certo tempo adotei para minha vida a filosofia de “fazer sempre aquilo que estou com vontade”, após ganhar um conselho fantástico de um primo mais velho. Decidi insistir nisso. Fazer o que estou com vontade, desde que não me prejudique ou aos outros. Aos outros principalmente. E como isso tem feito diferença no meu dia a dia! Claro que não é uma coisa que resolve todos os percalços da vida, mas é um plus na caminhada.

Somos nós que vamos criando limites para nossa vida, com nossos cérebros cada vez mais over pensantes, tentando nos encaixar aos modelos da sociedade. Só que a sociedade sempre foi e sempre será muito cruel nos julgamentos e nas cobranças. Como li em um texto muito bom por esses dias: "Não importa como eu escolha viver a minha vida, as alternativas vão sempre estar erradas para os outros". Então, se o que você vai fazer para aproveitar sua vida sempre será errado para alguém, por que você vai deixar de fazer? Repetindo, acho que basta que sua ação não prejudique os coleguinhas.

Todavia, uma das coisas ruins de sermos humanos é estarmos suscetíveis ao causar mal inconscientemente aos outros, por alguma palavra dita sem pensar, por algum sentimento bobo nutrido, por nossas manias, nossos comportamentos padrões e por aí vai... Infelizmente não dá pra ser perfeito. Tem que ir tomando cuidado durante a prática das loucuras e ir se perdoando pelos erros e descuidos nossos, sempre caindo no clichê de ir aprendendo com eles.

Ainda que a sua vontade de aproveitar a vida naquele dia seja deitar na cama com um pote de sorvete, vendo seriado, só de satisfazê-la vai te dar prazer. Se não está legal, procure outra vontade! Precisamos aproveitar a vida, de alguma maneira, pois o tempo parece que tem passado com uma velocidade ainda maior que há alguns anos e o sentimento de não ter vivido o suficiente vem com muita facilidade.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

#TBT

Foto: https://www.flickr.com/photos/julieedgley/3002607644

Em um passado distante andávamos juntos
Olhávamos quase na mesma direção
Tínhamos declarações, transbordamento de emoções sem hora marcada
Tínhamos sorrisos entre olhares
Tínhamos cartas escritas à mão
Tínhamos datas significativas
Tínhamos o amor eterno dentro daquele instante
Eu tinha o meu amor, minha metade, meus sonhos compartilhados
E você tinha a minha reciprocidade
Aliás, tínhamos a reciprocidade um do outro
Aí um dia veio a realidade, os caminhos inesperados, a monotonia
A minha falta de experiência, o meu achar que sabia de alguma coisa...
Vieram os meus sonhos e os seus sonhos, independentes
A paixão foi abandonando o amor
E mesmo sem entender todos os detalhes do que acontecia, veio o fim...
Anos se passaram; muitos anos
E cá estou lembrando de você com certo saudosismo, por culpa da Ana Carolina
Sei lá... Não existem mais pretensões de coisa alguma, mas ficou um carinho inexplicável congelado no tempo
Essas palavras vêm expressar o quanto você foi importante...
Sou feliz por ter vivido essa história.

Um beijo!

terça-feira, 7 de abril de 2015

Padrões



Por que será que é tão difícil entender as pessoas que não se interessam em fazer parte dos padrões gerais estipulados pela sociedade? Quer dizer, entender aquelas que têm coragem de NÃO fazer parte, já que a maioria se sente obrigada a seguir os estereótipos de beleza, de comportamento, de estilo de vida...

Tudo bem que se você não respeitar pelo menos alguns dos tais padrões, você será imediatamente taxado de louco ou algo do tipo. Andar sempre vestido ou evitar fazer coisas muito íntimas em público, por exemplo, são comportamentos necessários. Mas o que tem de mal em uma pessoa gorda não se importar em continuar sendo gorda? O gay ser efeminado e a lésbica masculinizada? Qual o problema em ser uma pessoa de pouca ambição e estar contente com o nível financeiro que já possui? Qual o problema de uma mulher dizer que não quer casar ou ter filhos?

É tanta coisa imposta e quase obrigatória, e é tanta gente presa a ideias e conceitos que nunca foram exatamente seus, vivendo em uma vida que não é aquela que traria a devida satisfação. Estamos imersos em uma cultura social que vive fazendo lavagem cerebral em nossas cabeças, fazendo-nos querer tão mais além do que a nossa própria vontade. Porque como já sabemos, o “querer sempre mais” está diretamente ligado à ideia de felicidade. É feliz quem consegue ter mais. Mas será mesmo?

Aí dizem que é desculpa de fracassado para fugir da determinação de mudar a própria vida. Só que o conceito de fracasso pode não ser o mesmo para todas as pessoas. O fato é que cada um devia cuidar da própria vida e deixar os outros com as vidas que querem ter, mudando quando acham que devem.

quinta-feira, 5 de março de 2015

Passado



Foto por mim - 21/09/2014


Objetos representam acontecimentos
Músicas representam momentos
Cheiros representam pessoas, lugares
Fotos representam fatos
Uma infinidade de representações, incontroláveis...
O que seria exatamente de nós sem as lembranças?
Ainda que machuquem, despedacem, angustiem...
Também sustentam o hoje, adicionam, temperam, colorem...
O passado está sempre lá, aberto à visitação
Gratuitamente para quantas vezes a vontade aparecer
Tentando matar parte da saudade que é imortal


Visito com certa freqüência
A nostalgia adentrou meu ser em algum momento da vida
E se enraizou para nunca mais sair
Mas hoje tenho calos nas mãos
E um coração que não sai mais do peito tão facilmente
Certo estou de que o passado sempre estará lá
Mas para ser visitado apenas!
Sorrateiramente e rapidamente... Sem muito apego.


O passado é passado, é lembrança, é saudade.
Querer revivê-lo é bobagem!
Os psicólogos dizem, os filósofos dizem, a realidade comprova.
E não hei mais de fazê-lo!


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Ignorando o estresse



Fonte: http://super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/files/2014/02/estresse1.jpg
Certa vez me perguntaram como eu conseguia, em uma situação totalmente estressante, manter um sorriso no rosto e demonstrar serenidade. Eu achei o comentário engraçado e não soube exatamente o que responder, mas fiquei com aquilo na cabeça, tentando encontrar uma resposta. Acho isso aconteceu há mais ou menos um ano.

Hoje eu consigo perceber que era o meu comportamento involuntário responsável por manter o meu controle meio à situação. Sabe essas coisas que você faz e nem sequer percebe? Pois é.

É claro que me estresso, fico chateado, arranco os cabelos, falo palavrão, fico mal-humorado e até desconto nos outros. Momentos estressantes, principalmente quando se trabalha em uma empresa privada, são comuns. Contudo eles são momentos e momentos tem duração. Lembrar-se disso já faz uma pequena diferença na cabeça. E quando tal momento desagradável termina o alívio que vem é muito bom. É como fazer xixi depois de segurar muito tempo a bexiga cheia. Eu consigo, quase sempre, manter um sorriso e a serenidade porque no fundo sei que aquilo ali vai terminar.

“Mas você não fica contaminado pelo estresse do dia?” Na maioria das vezes não. Não tenho por que guardar a sensação ruim daquele momento e ficar revivendo tudo depois de já ter sido solucionado. O que quase sempre acontece é eu me sentir esgotado, com dor nos músculos, como se tivesse dançado o dia todo sem parar.

Foi quando li aleatoriamente um texto que falava sobre “mente sadia” que concluí que praticava o ensinamento dele sem sequer ter aprendido formalmente. O texto dizia que o tempo todo há elementos e fatos presentes no momento e em nossas existências pessoais que “justificam” uma atitude pessimista e rabugenta, ou uma atitude otimista e feliz e que tudo depende da nossa escolha. E escolher atitudes positivas e direcionar o pensamento para coisas úteis compensa todo o estresse sentido.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Os loucos são felizes



Como ousam julgar os loucos? Quando nem sequer conhecem a loucura, para tal infâmia. Os loucos são felizes. Eles não sentem as dores do mundo. Aquelas dores nas quais, por algum motivo - que um dia ainda vou conseguir entender -, nos agarramos com tanta intensidade. Dor para os loucos é mera consequência desastrosa de suas ações. Eles não se apegam a nada e, por isso, não precisam se desapegar. Não têm expectativas. Eles apenas vivem. Os loucos não têm obrigações. Compromisso é tudo aquilo que fazem por eles. Repito, os loucos são felizes. Infelizes somos nós que criamos problemas para ter pelo o que sofrer. Talvez, inconscientemente, buscando a insanidade para nos livrarmos da realidade.