Erick Caldeira
sábado, 31 de dezembro de 2011
Ano Novo
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Elas falam mal!
Um dia cheguei a acreditar que as pessoas que nos amam e que estão ao nosso lado o tempo todo, nunca, mas NUNCA, chegassem a falar mal ou apenas falar da gente pelas costas. Ingenuidade, inocência, burrice, sabe-se lá! As coisas demoraram a ficar evidentes que não eram bem a perfeição que eu acreditava, até que meu mundo desabou por um curto momento. Exagero meu, talvez.
O fato é que elas discutem, sim, a nossa vida, criticam nossos defeitos, reclamam de coisas que fizemos ou deixamos de fazer, nos xingam e assim por diante. E não é falsidade, ódio reprimido ou vontade de nos modificar. Podem até chegar para mostrar os pontos que podemos melhorar, mas há aquilo que realmente não precisa ser verbalizado. Certas coisas não devem ser ditas. Não valem à pena! É possível cuidar de longe e sem demonstrar (o que, muitas vezes, é o melhor a se fazer).
Somos seres humanos imperfeitos, para não dizer cheio de defeitos. E quem nos ama, nos ama do jeito que somos. Isso não significa que amarão cada detalhe, cada mania e cada atitude nossa. Apenas aprenderam a conviver e aceitar toda nossa merda.
Acho que a beleza das relações sociais é esse aprendizado constante do convívio com outras pessoas, ainda que muitas vezes não seja algo fácil. No final, todos juntam os detalhes em comum, fazem uma sopa e curtem os bons momentos. Assim vivemos.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
À mercê do tempo
Derreti-me no seu beijo
Desmontei-me em seu abraço
Adormeci em um cafuné
Fui acordado com uma lambida
Empolguei-me com uma mordida
Apossei-me do seu colo
Perdi-me no seu olhar
Concentrei-me em seu sorriso
Viajei no seu perfume
Esqueci-me do resto
Resto? Que resto?
A hora passou despercebida. Muitas horas.
E você teve que ir embora.
Tempo cruel! Tempo invejoso!
“Será que o tempo tem tempo pra amar ou só me quer tão só?” (Móveis Coloniais de Acajú)
sábado, 10 de dezembro de 2011
Lamentos de um não-correspondido
Quando meus olhos encontram os seus parece que uma ligação magnética acontece instantaneamente. Há um brilho diferente, um sentimento que parece ficar sempre reprimido de ambos os lados. E eu não quero mais olhar nos seus olhos. Tenho medo. Não quero te abraçar, porque seu cheiro me faz querer abraçar mais forte e querer ficar deitado no seu ombro. Não quero conversar com você, pois sei que o nosso papo combina tanto que ficaríamos horas conversando e depois eu sairia com a dor da saudade.
Eu não te tenho mais ao meu alcance do jeito que eu gostaria e sei que não devo tentar te alcançar nunca mais. Seria absurdo e errado depois de ter aceitado o fim e ficado calado no meu mundo. E mais errado ainda pelos acontecimentos posteriores. Mas que culpa eu tenho de estar assim? Eu não decidi nada. Tive que aceitar calado e concordar, porque reciprocidade não se cobra.
E talvez o motivo dessa coisa chata e demorada seja porque eu nunca entendi bem o que realmente aconteceu. Já me culpei de todas as maneiras tentando encontrar o motivo certo e ao mesmo tempo inventei na minha cabeça histórias absurdas sobre você para tentar te odiar. Porém minha admiração não mudou.
E você quis continuar parte da minha vida, mas não podia ser. Ainda não pode. Quem sabe um dia.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Mundo intocável
Por mais que haja convivência e por mais transparente que uma pessoa seja, nunca será possível conhece-la em sua totalidade. Sob a superfície de cada um, existe um mundo intocável, inalcançável.
Saber tudo sobre alguém por meio de poucas horas por dia ou mesmo convivendo mais que diariamente é impossível. Nem sobre nossos pais chegamos a ter conhecimento de tudo.
‘Tudo’ é realmente coisa demais. Apenas a própria pessoa tem ciência absoluta sobre sua vida. A vida particular da cada um vai muito além dos olhos alheios, das emoções demonstradas e das ações. Todos têm pensamentos, segredos, sonhos, memórias e desejos nunca revelados, por mais que vivam contando muitos detalhes da própria vida.
Jogando o assunto para outro lado da história, fico observando como as pessoas são diferentes em todos os sentidos possíveis. Para uma mesma situação pode haver milhões de comportamentos/reações e, ainda que a criação tenha sido basicamente a mesma, não existem atitudes exatamente iguais. Pessoas que, por exemplo, procuram o tempo todo satisfazer os próprios desejos, mas vivem atentas a não prejudicar ninguém e de outro lado aquelas que não têm a mínima preocupação se o outro está sofrendo. Ironicamente engraçado como pode ser a cabeça do ser humano.
Li, certa vez, que ninguém é totalmente bom ou totalmente ruim. Gosto de acreditar nisso, porém o equilíbrio desse conceito não foi tão bem elaborado. Sempre me pergunto até onde devam ir as boas ações de uma pessoa. Enquanto alguns sofrem com a intensidade da própria empatia, há quem derruba os outros como se fossem meras peças de xadrez.
Psicólogos, psiquiatras e estudiosos da mente humana podem até analisar e procurar teorias que se adequem melhor ao porquê das ações individuais, mas ninguém ainda descobriu como ler o pensamento de uma pessoa. E o fato é que lá no âmago do ser sempre existem coisas nunca libertas e que provavelmente nunca serão. E que talvez seja até melhor nunca serem.