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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Felicidade Realista (Citação)

 
Gosto muito do texto abaixo. Não compartilhá-lo seria egoísmo da minha parte.
 
A vida de todo mundo é assim, cheia de coisas boas e ruins o tempo todo. Não há escapatórias. Pelo menos eu nunca vi alguém que fosse 100% contente e satisfeito com tudo. Nossa necessidade de desejar coisas novas é algo constante. Por mais que satisfaçamos vontades, sempre vai faltar algo. O texto fala da felicidade de uma forma simples, que quase sempre deixamos escapar por queremos coisas que vão além da simplicidade. Vale à pena a leitura!
 
 

Felicidade Realista
(Mario Quintana)
 
A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num SPA cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar! É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Construção

Começamos uma amizade porque normalmente é assim no início, mas confesso que meu interesse sempre fora outro. Claramente meu olhar e meu tratamento sempre tiveram um carinho a mais, ainda que eu nada falasse. (Meu olhar sempre me entregou na vida. Era só parar e interpretá-lo.) Por causa dos amigos que tínhamos em comum, hora ou outra nos encontrávamos. Era sempre muito agradável, mas eu queria mais. Precisava satisfazer aquela vontade que ia além de amizade, mesmo sem pretensões de coisas sérias. Juntei toda coragem possível, acrescentei um pouco de álcool e fui arriscar um papo com segundas, terceiras e até quartas intenções. Levei um “fora”, o que eu instintivamente já esperava. Não me abalei. Lamentei por alguns dias e fiquei bem. Seguimos com a vida e com a amizade, como devia ser. E um adicional de proximidade surgiu e começamos a sair juntos quase sempre. Tínhamos muita coisa em comum e isso ajudava bastante no crescente número de encontros e programas realizados juntos. Algum tempo se passou.

(...)

Em um dia de festa, bebemos bastante, dançamos como loucos e para minha surpresa percebi um olhar diferente vindo em minha direção. Tinha certeza que aquilo não vinha da nossa amizade. Não podia. Havia um brilho a mais, mas como o “fora” anterior ainda mantinha-se na minha memória, não perguntei e nada fiz. E se assim fosse, eu não era mais responsável por iniciativa alguma. A noite chegou ao fim e fomos para casa, separadamente. Enquanto dirigia curtindo minhas músicas de pensar na vida, escuto o toque de mensagem no celular.

“À primeira vista realmente não houve interesse. Amizade era a única coisa possível e eu dispensei você. Contudo nossa convivência manifestou características suas que me conquistaram profundamente. Algo despertou. Quero você!”

Meu Deus, eu realmente tinha lido aquilo? Eu quis tanto a correspondência de interesses e tive que aceitar o não. Após aquele “toco” me obriguei a conformar com apenas a amizade. Por várias vezes foi estranho ver beijos alheios em nossas saídas e depois de ter aceitado sermos apenas amigos recebo esta mensagem? Não! Eu ainda tinha certo interesse, mas agora também havia orgulho. Parei o carro no acostamento e comecei a divagar. Lembrei-me das pessoas sempre dizerem que perderam ótimas oportunidades por orgulho e similaridades. E de fato eu não tinha nada a perder, apenas ganhar. Eu havia conquistado alguém que eu já tivera interesse. E isso era bom. Calei meus pensamentos e respondi a mensagem:

“Não entre em casa! Espere no carro. Estou chegando agora onde você está.”

Foi algo intenso e totalmente compatível. Melhor do que eu já cheguei a imaginar. E como era bom sentir uma correspondência, uma reciprocidade, ainda que existisse uma insegurança do que acontecia ali naquele momento. Contudo, eu não ia fugir e muito menos cobrar alguma coisa. A vida já tinha me ensinado o bastante para saber que expectativas demais estragam qualquer coisa. Eu iria curtir aquilo e tudo que viesse até não poder mais. Foda-se o futuro seja ele como fosse! Questionei-me algumas vezes sobre o tempo certo para as coisas acontecerem, mas de que isso importava? Era apenas uma curiosidade sobre coisas da vida, ainda que fosse óbvio que a vida nunca segue uma linha reta. De qualquer forma, a parte melhor já estava acontecendo. Estávamos juntos.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

E assim foi…

Ele está muito bem.
Ciente da perda, contente, porém.
Cansou de seus tormentos.
Cessou os seus lamentos.
Fez bem.

O chamaram de pobre de inteligência.
O acusavam de extrema carência.
E empurravam-no para o fundo do poço.
Eram críticas demais sobre o moço.

Ele não era culpado.
Tudo sempre fora bem racionado.
Só que dos sentimentos quem entendia?
Coisa chata, cheia de psicologia!

Ele queria qualquer verdade.
Aceitar mentiras era imaturidade.
Mas viver mentiras era muito pior.
E ele sabia que realismo era melhor.

Correspondido nunca foi fácil ser.
Diante do livre-arbítrio é conformar ou sofrer.
Pois reciprocidade não se subestima.
Ainda que o amor de si se aproxima.

Ele seguiu a vida conformado.
De que a vida não funciona como programado.
Ficou bem, pois dos problemas esqueceu.
E o sentimento involuntário, finalmente morreu.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Desvendando o cutucar do Facebook

Eu cutuco, tu cutucas, ele cutuca, nós cutucamos, vós cutucais, eles cutucam. O verbo pode ser conjugado em todas as pessoas e o resultado é uma cutucação sem fim. Mas afinal, para que servem as cutucadas do Facebook?
 
Poke, no inglês. No português, a palavra de acordo com o dicionário:
(tupi kutúka+ar2) vtd 1 Tocar alguém com o cotovelo, dedo, pé etc., para fazer uma advertência ou por acinte. 2 Dar cutilada leve: O carreiro cutucava os bois. Var: catucar; no Nordeste: fatucar.
No mundo real acho que ninguém gosta de ser cutucado. Imagina você conversando com alguém e a pessoa toda hora batendo o dedo em você. Um tanto irritante, não? No mundo virtual o gosto pela cutucada varia junto com as interpretações sobre ela. É bem relativo e, como algo meio indireto, o real motivo do cutucante só é desvendado quando ele próprio explica o porquê, o que nunca acontece. Sendo assim, todos acabam criando a própria história.
Respostas que consegui perguntando a opinião dos meus amigos no facebook:
    • “Se for amigo é pra te irritar. Se não for, está querendo ser.”
    • “Se for bonito, me quer. Se for feio, quer dar oi.”
    • “Tentativa de romance.”
    • “Te cutuco, logo estou te dando mole.”
    • “Interpreto como se chamasse a minha atenção, mas vai muito da intimidade que tenho com a pessoa.”
    • “Pessoas que não atraem são ignoradas, pessoas interessantes geralmente adicionadas.”
    • “Está querendo o meu corpo.”
    • “Responder cutucada de desconhecidos é "pode vir, também gostei.""
    • Quando é alguém que você já viu na balada ou foi apresentado rapidamente, acho que funciona como um ‘oi! Lembra-se de mim? Disposto a continuar o papo?'”
Pelas respostas, é possível bolar uma quase interpretação oficial. Então, inicialmente a cutucada dos desconhecidos funciona como um primeiro contato. Um “oi” perdido no silencio do botão. Achei tal pessoa interessante e gostaria de conhecê-la e tentar uma amizade. Ou achei a pessoa bonita, fiquei “a fim” e quero tentar uma aproximação.
 
Quando a cutucada parte de um amigo, este estaria tentando te lembrar de sua existência ou, em boa parte dos casos, usou o botão na falta do que fazer (MUITOS fazem isso). No final, todos os cutucadores acabam cansando, pois a ação nunca tem fim.
 
E realmente, generalizando, se o(a) desconhecido(a) é bonito(a), cutuca-se de volta e dá espaço para adicionar como amigo ou puxar papo. No caso da pessoa ser feia certamente será ignorada.
 
Logo, cutucar desconhecidos é um tiro no escuro e se você não foi cutucado de volta, subtende-se que levou um “fora”. Felizmente (ou não!) vai sempre existir aqueles que adicionam e aceitam qualquer pedido de amizade, ainda que não mantenham contato posterior. E acabo voltando para o antigo assunto do post “Pelas redes sociais”.
 
Os vídeos abaixo completam um pouco mais o post:
 
Um exemplo do que as pessoas pensam sobre cutucar.
 
Continuação
 
Se houver mais interpretações, comente!