Certo dia resolvi plantar uma semente. Eu estava completamente animado. Era a primeira vez que plantava algo. Uma mudinha tímida começou a nascer alguns dias depois. Tão linda que eu não conseguia parar de elogiá-la. Era a mudinha mais linda da galáxia. Cuidei dela com tanto carinho, mesmo sem saber como fazer. Fui fazendo o que achava que era certo. Eu estava preocupado demais com o que as pessoas iam falar de mim naquela situação. Errei. O centro das atenções devia ter sido a mudinha que não parava de crescer. Cada dia ela crescia mais. Depois de um mês eu podia dizer que a amava. Depois de mais alguns dias ela parecia me entender. De uma hora para outra cresceu tanto que virou uma planta majestosa. Fiquei tão orgulhoso. E para melhorar um botão de rosa apareceu. Foi ai que eu descobri que se tratava de uma roseira. Mais três botões apareceram. Tornaram-se rosas vermelhas. Gigantes. Chegou um dia que eu fiquei tão seguro de mim que achei que minha roseira não precisasse mais de tanto cuidado. Ela já tinha crescido, se tornado uma linda roseira e haviam nascido rosas tão lindas. Errei de novo. Uma das rosas murchou e caiu. Chorei tanto. Voltei a cuidar, mas mesmo assim outra rosa caiu. Chorei de novo mais uma vez. Para piorar uma delas foi roubada. Encontrei o ladrão e a consegui de volta. Era muito importante pra mim. Só havia sobrado uma rosa, mas a roseira não parecia mais ser minha. Tentei redobrar o cuidado, mas as coisas não mudaram. Arranquei o último botão e dei espaço para roseira tentar se recuperar. Aparentemente era isso que ela queria. Eu não soube interpretar seus sinais e errei mais uma vez. A roseira foi perdendo suas folhas pouco a pouco. Tentei mais uma vez e mais vez, mas meus cuidados nada adiantaram. As folhas caíram todas. Os galhos e o caule perderam o verde e eu não consegui trazê-la de volta pra mim. Errei demais. Tive a esperança que na primavera ela voltasse a ser linda e majestosa, mas acho que isso acontecerá apenas se alguém com um cuidado melhor que o meu aparecer. Apesar de eu ter aprendido bastante, minha roseira deixou de ser minha.
Considerações:
- Texto de 2007.
- Apesar dos espinhos e do trabalho com os cuidados, a beleza das rosas compensam quaisquer esforços.
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