Quis um dia ser perfeito. Só que não literalmente perfeito, sabe? Empurraram-me, certa vez, a ideia de que perfeição literal não existe. Aceitei numa boa. Aí decidi que queria ser perfeito aos olhos de quem me importava, mesmo com os meus defeitos. Ou, pelo menos, tentaria chegar o mais perto que fosse da perfeição.
Acontece que, como parte de ser humano, vivo errando. Suponho que erro quase todos os dias. Só que, mesmo errando, durmo todas as noites com a consciência limpa e tranquila. Estou certo de que não faço mal a ninguém. Quer dizer, de vez em quando devo magoar alguém sem querer. Já entendi que, inevitavelmente, magoamos e que, também, vivem nos magoando sem intenção. Intenção é a palavra. É ela que faz todo o sentido mudar de lugar. E, no meu caso, de verdade, intenção é algo que falta. Consigo dormir sem culpa. Quase sempre.
No geral, queria ser perfeito no sentido de sempre fazer bem a quem gosto. Sei lá, tenho essa necessidade. É impossível ser perfeito, já sei, mas mantenho o meu querer de tentar ser perfeito por aqueles poucos que valem à pena. Isto está parcialmente ligado com o que me deixa feliz. É até clichê dizer, mas minha felicidade não é completa sem ter com quem compartilhá-la.
Assim, vou errando, magoando, culpando-me, mas tentando ser perfeito ainda que eu nunca seja.
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