Doer, sempre dói. Para mudar algo com vontade é necessário fazer sacrifícios. Como disse a Martha Medeiros:
"Quando fazemos uma escolha, qualquer escolha, estamos dizendo sim para um lado e dizendo não para o outro. Então, algum sofrimento sempre vai haver."
Aí vem aquela vontade de correr para não se sabe onde. Vontade de ficar encolhido em uma cama abraçando o travesseiro com toda força. Vem a sensação de ter levado vários socos fortes no estômago. E vem também o sentimento de ter sido feito em pedaços, pequenos e difíceis de juntar.
E você pensa, pensa, pensa... Pensa tanto que não se concentra em mais nada por algum tempo. É a sua dor. É o seu luto. E não importa o quanto te digam que tudo vai melhorar logo, você tem o seu tempo diferente de todos os outros. Como se estivesse marcado em algum cronômetro invisível com o seu nome. Não houve uma receita exata do que fazer. Você misturou um monte delas. De livros, artigos, músicas, conselhos...
Aí um dia, após poucos ou vários outros dias, você percebe que não dói mais. Se esqueceu ou ignorou, não importa! Você deixou de lado aquilo que não te acrescentava. Aquilo que não interessava, que atrasava, que prendia as boas sensações. Aquilo que não somava e nem impulsionava a andar para frente. E o certo mesmo talvez fosse isso: deixar de lado, desapegar-se.
O que era pra continuar sendo, continuaria sendo, independente de pedras ou flores no caminho. Não é? Muitos já parafrasearam isto.
Passado certo tempo, você se levanta e volta a viver normalmente. Aí , após uma novíssima escolha, tudo começa a doer de novo. Talvez, dessa vez, a dor tenha demorado um pouco mais para chegar. Você já tinha aprendido um pouco mais sobre as coisas. Já tinha mais bagagem. Mesmo sabendo, no início, que poderia evitar a dor, você continuou, pois tinha a esperança que acertaria mais. E você acertou bem mais, mas descobriu que há novas situações onde errar. Assim, vivendo, você enfia na cabeça que uma hora sempre vai existir dor. Ou não. Ou você faz questão de esquecer, pois é assim que se faz para voltar a viver.
Nobody said it was easy
ResponderExcluirbut nobody ever said that it would be so hard
I'm going back to the start
Nesta eu li a sua assinatura... Forte, meu caro. Uma história sobre Fulano, ou sobre Beltrano; mas no fundo sobre todos nós; e ao mesmo tempo, na verdade, sobre todos os outros.
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