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domingo, 13 de novembro de 2011

Vontades loucas

Desde pequenos somos obrigados a aprender o que é certo ou errado. Ou aprendemos sozinhos ao observar as outras pessoas, ou quando somos corrigidos por alguém depois de cometermos um erro. Gradativamente crescemos nos moldando às regras da sociedade, às regras familiares, às regras das religiões, às regras gerais.

Um dia, sem que ninguém espere, aparece um louco e satisfaz publicamente uma vontade, ou loucura, como provavelmente é considerada. Alguém que escalou um monumento histórico, pulou de paraquedas do prédio mais alto da cidade ou simplesmente foi ao supermercado de pijamas. Loucos ou corajosos, ganharam o seu carimbo. A sociedade dita suas regras e somos sempre condicionados a viver reprimindo muitas vontades para evitar retaliações e julgamentos. Vários “padrões”, hora ou outra, acabam sendo derrubados pelas revoluções e mudanças de comportamento.

Acredito que mantemos sempre, lá no fundo, aquela vontade de realizar publicamente uma loucurazinha qualquer. E talvez nem sejam realmente loucuras. Talvez sejam apenas vontades estranhas, incomuns, por serem coisas que não temos o costume de ver. A música “Quatro vezes você” do Capital Inicial fala:

“O que você faz quando
Ninguém te vê fazendo?
Ou que você queria fazer
Se ninguém pudesse te ver?”

Muitas destas coisas acabamos realmente por fazer enquanto ninguém vê. Por exemplo: tirar meleca do nariz, peidar para fazer barulho, arrotar alto, fazer careta no espelho, dançar de forma bem louca, brincar com o cabelo, fazer um controle remoto de microfone e sair cantando, andar pelado em casa e assim por diante. Porém também existem as vontades de agirmos de forma diferente meio aos olhos alheios. Correr pelado em via pública (um dia farei isso!), nadar em alguma fonte, gritar no meio de um shopping, abraçar um desconhecido, sair pulando de mãos dadas com alguém... A polícia está aí para reprimir muitas delas, porém quem um dia satisfaz alguma, experimenta uma sensação de liberdade bem divertida.

O post não é para incentivar ninguém a sair por aí quebrando regras e fazendo coisas incomuns. Apenas quis falar sobre essas vontades loucas que todos temos e que dificilmente satisfazemos. Contudo, certamente o mundo um dia gira e o que era loucura se torna algo normal. Já vi acontecer e mais de uma vez. É só pagar para ver.

2 comentários:

  1. Muito massa e divertido teu texto. Gostei bastante!

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  2. Ah... o texto não era incentivo não...? Já estava tirando a roupa para correr na chuva e pelo bairro! :-)
    Pois é qual será a vontade incontida de cada um de nós??? Aos poucos vamos descobrindo ou nunca saberemos,
    mas que todos temos essas vontades... ah temos!! :-)

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