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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Clichê



Sentei em uma cadeira imaginária.
Fiz-me invisível e imperceptível.
Tentando me tornar algo como um fantasma.
Viajei pelo mundo infinito dos pensamentos.
Viajei pelas vidas que não eram minhas.
Saí colhendo as informações disponíveis.
Juntando histórias e explicações para coisas simples.
Queria saciar a minha vontade de ser clichê.
Queria uma fuga sonhadora e louca da realidade.
Queria um motivo para nada.
E queria me perder temporariamente nas coisas boas que ninguém nota.
Deparei-me, acidentalmente, com um mundo cheio de cores e sons.
Encontrei a bem escondida igualdade das pessoas.
Reparei com atenção nos olhares que eram mais sinceros que palavras.
Vi abraços carinhosos e sorrisos verdadeiros.
Vi a lua gigante.
Senti o vento e um cheiro bom e desconhecido.
E parei para ouvir o barulho calmante da chuva.
Todo o resto não tinha mais importância alguma.
Enxerguei coisas que ninguém enxerga por falta de interesse.
Tive ótimas sensações apenas por permitir tê-las.
Concluí que ser clichê de vez em quando é bom.
E voltei à realidade. Mas tudo aquilo também não era real?
Dúvida pertinente.

Um comentário:

  1. Tudo é real enquanto você deseje!
    A lua está lá!
    A chuva veio !
    Então... creia !!

    :-)

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