Estava eu pensando com meus botões a respeito da reclamação repetitiva que a maioria dos solteiros faz sobre ninguém os querer. Aquele lamento mais carente e dramático que alguém sempre solta em algum momento. Verdade ou drama?
“Ninguém me ama.” “Ninguém me quer.” “Ninguém quer saber de namorar.” “Ninguém se interessa por mim”. “Ninguém...” Engano seu e possivelmente do seu bom e bonito subconsciente, que te faz ver apenas o que te agrada. E exatamente isso que vive acontecendo: os solteiros veem, quase sempre, apenas aquilo que os agrada ou o que os interessa. Nunca sobra a mínima significância para o resto. Coitado do resto!
A verdade é que sempre existirá alguém ‘a fim’ da gente. Sempre existirá alguém querendo nem que seja apenas sexo ou apenas uns beijinhos e companhia (colorida) para o fim de tarde. Ou, nos casos mais simples, apenas o compartilhar de um colo e carinho gratuito. É só olhar atentamente ao redor. Sempre existirá interesse vindo de alguém, mas nós temos o ótimo costume de ignorar o que não nos interessa no primeiro momento. Isn’t it ironic? Don’t you think?
Claro que são muitos os fatores para a não reciprocidade. Os piores exemplos, que geralmente não se vê comentários sobre, são a falta de compatibilidade, vergonha da pessoa por ela não se encaixar exatamente nos padrões de beleza (ok, serem feias!), serem chatas, não se enturmarem com seus amigos, exagerarem em alguma atitude ou simplesmente por implicarmos com algum defeito óbvio. Porque é extremamente fácil jogar qualquer culpa possível em cima de um defeito alheio sem nem sequer ter cedido uma oportunidade para uma possível conquista futura. Comentários alheios sempre vão existir mesmo que a sua (seu) companheira (o) seja a pessoa mais bonita da face da terra. Encontrar defeitos e julgar livremente são coisas que todo mundo aprende muito bem a fazer sem que ninguém ensine. Levá-los em consideração é uma opção individual.
Não estou dizendo para irmos em frente e “fazer caridade”, “calçar a sandália da humildade”. Só quero enfatizar essa nossa mania de reclamar de estarmos sozinhos quando sempre existe uma possibilidade real bem ao nosso lado. E algumas delas são mesmo boas possibilidades nas quais apenas não demos oportunidades.
Será que não estamos exigindo demais?