Uma voz silenciosa grita sem que ninguém perceba
Um grito mudo meio ao silêncio ensurdecedor, vezes impenetrável.
Na vontade oculta de expressão
Vontade involuntária de sentir e não ter preocupação
Vontade de ter cada vez mais vontade
E da vontade construir castelos de cartas, de ingressos ou mesmo de copos.
Mas há medo. Medo do medo. Medo de ter medo. Medo de causar medo.
Medo. Palavra chata. Torna o grito ainda mais intenso em sua mudez.
Silencia os gestos mais transparentes.
E faz da boca distribuidora de racionalidade.
Não há falsidade. Pelo contrário! Há sinceridade em excesso.
Boas intenções e planos que nem sequer foram imaginados.
E também palavras que não foram escritas ou ditas.
Tudo preso em uma caixa sem fechadura e com pouco espaço para ideias de fuga.
Alimentando, hora ou outra, em frequências alternadas, o grito sem som.
O grito chega a aproximar-se, por vezes, do audível.
Porém é abafado pelo som do tempo.
Tempo autoritário que vive de inveja e passos curtos.
Belo grito! Creio que entendi o que você compartilhou com o texto acima.
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