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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sons no silêncio

Uma voz silenciosa grita sem que ninguém perceba

Um grito mudo meio ao silêncio ensurdecedor, vezes impenetrável.

Na vontade oculta de expressão

Vontade involuntária de sentir e não ter preocupação

Vontade de ter cada vez mais vontade

E da vontade construir castelos de cartas, de ingressos ou mesmo de copos.

 

Mas há medo. Medo do medo. Medo de ter medo. Medo de causar medo.

Medo. Palavra chata. Torna o grito ainda mais intenso em sua mudez.

Silencia os gestos mais transparentes.

E faz da boca distribuidora de racionalidade.

 

Não há falsidade. Pelo contrário! Há sinceridade em excesso.

Boas intenções e planos que nem sequer foram imaginados.

E também palavras que não foram escritas ou ditas.

Tudo preso em uma caixa sem fechadura e com pouco espaço para ideias de fuga.

Alimentando, hora ou outra, em frequências alternadas, o grito sem som.

 

O grito chega a aproximar-se, por vezes, do audível.

Porém é abafado pelo som do tempo.

Tempo autoritário que vive de inveja e passos curtos.

Um comentário:

  1. Belo grito! Creio que entendi o que você compartilhou com o texto acima.

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