O português é uma língua rica, cheia de detalhes, de regras e características que a torna uma das mais complexas do mundo. São necessários anos de estudo, leitura e prática até conseguir boa proficiência e, mesmo assim, nunca beirando a perfeição. Porém, parece que o básico vem sendo deixado de lado. O básico mesmo! Andam errando muito nas coisas mais simples. Com a popularização das redes sociais é possível observar, com maior alcance, como anda a escrita do brasileiro, já que muitas coisas são publicadas diariamente e o tempo todo. É triste ver tanto erro.
Pode até ser exagero meu, mas é totalmente perceptível o assassinato crescente da língua. Uma parte pode até ser justificada pela pressa de escrever, mas alguns outros erros poderiam matar qualquer gramático do coração. Alguns se tornam tão comuns que acabam criando uma reação em cadeia. Se a culpa é, de fato, da internet eu não tenho argumentos suficientes para afirmar. Contudo, mesmo com ela, todos ainda têm que frequentar as salas de aula por muitos anos e estudar português em todas as etapas do ensino.
Na minha época de escola, estudá-lo bem era totalmente necessário para “passar de ano”. Era uma matéria que reprovava como outra qualquer. Hoje já vi várias pessoas com diploma de ensino superior escrevendo “seje”, “grassa” ou sem nem sequer saber o que é o infinitivo dos verbos, por exemplo. Pergunto: Acabou a cobrança nas escolas?
Agora imagine a seguinte situação: Antes da troca de fotos ou descrição física, você começa a conversar virtualmente com alguém. Conversa vai, conversa vem, a pessoa solta “com migo”, “açerto”, “cincero”, “pra mim estar”... Qual a imagem dessa pessoa você cria na cabeça? Nem vou tentar descrevê-la. Não sei quantos concordam com a ideia, mas português muito errado é broxante.
Claro que é impossível saber todas as regras, escrever e falar com perfeição. (Eu, na minha querida humanidade, vivo errando e sendo corrigido. Não sou expert.) Ainda assim, alguns erros são vergonhosos de se cometer. Ou pelo menos a vergonha deveria sempre existir, mas não é o que acontece. Há erros gritantes publicamente por aí causando muita dor nas vistas.
Diante do exposto, enfatizo a importância de interessar-se pela própria língua. Está claro que todos os caminhos que se destinam ao sucesso exigirão proficiência na mesma. Afinal, é a nossa língua e saber utilizá-la é nossa obrigação!
Últimas considerações: Ler ajuda muito no geral e só é algo chato quando você não sabe escolher o que vai ler; Dicionário existe por um motivo; Escrever não é um bicho de sete cabeças se seu português não é ruim.
Alguns erros comuns:
Concerteza – O certo é "com certeza". É incrível como as pessoas insistem em escrever "concerteza", tudo junto. São duas palavras, formando uma expressão que significa "sem dúvidas", "certamente", "é claro", "é lógico".
Agente/ a gente - Quando possui função de pronome, substituindo de modo informal a palavra "nós", o certo é escrever as palavras separadamente (a gente). Lembrando que a conjugação do verbo é na 3ª pessoa do singular.
Ex.: A gente gosta de cantar.
Agente: Que age, que exerce alguma ação; que produz algum efeito. S. m. e f. 1. Tudo aquilo que age, que atua, produzindo um efeito. 2. Pessoa encarregada da direção de uma agência; agenciador. 3. Gram. Ser que realiza a ação expressa pelo verbo. 4. Filos. O princípio ou o sujeito de uma ação. 5. Dir. Pessoa que executa qualquer ato jurídico ou por ele é responsável. 6. Med. Qualquer força, princípio ou substância capaz de agir sobre o organismo, quer de modo curativo quer de modo mórbido.
Nada haver - O certo é "nada a ver", dando a ideia de nada semelhante, nada parecido, sem fatos em comum.
Ex.: Aquele livro não tem nada a ver comigo.
Mas/mais –
Mas: conjunção adversativa, equivale a porém, contudo, entretanto:
Ex.: A felicidade voa tão leve, mas tem a vida breve.
Mais: pronome ou advérbio de intensidade, opõe-se a menos:
Ex.: Este é o curso mais caro da faculdade.
Mal/mau –
Mal: advérbio (opõe-se a bem), como substantivo indica doença, algo prejudicial:
Ex: Sua aula foi mal preparada. (advérbio)
Ex: A criança sofre desse mal há dois anos. (substantivo)
Mau: adjetivo (ruim, de má qualidade)
Ex: Tive um mau presságio hoje.
Afim/a fim -
Afim: adjetivo que indica igual, semelhante.
Ex: Tínhamos idéias afins.
A fim: indica finalidade:
Ex: Vesti-me a fim de ir ao cinema.
Demais/ de mais –
Demais: advérbio de intensidade, sentido de “muito”.
Ex: Você é linda demais.
Demais também pode ser pronome indefinido, sentido de “os outros”.
Ex: O papa rezava enquanto os demais dormiam.
De mais: opõe-se a de menos.
Ex: Não vejo nada de mais em sua atitude.
Menas - O certo é "menos". Trata-se de um advérbio de intensidade, portanto é invariável.
Ex.: Por favor, coloque menos água no copo.
Pra ‘mim’ fazer - Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.
O ingresso é “gratuÍto” - A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica).
Eles “tem” razão - No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.
Ela “estar” bem. – O certo seria “Ela está bem”. O verbo “estar” está no infinitivo, ou seja, não foi conjugado.
Fontes:
Obs.: Também sou escravo dos erros. Caso os veja, pode apontá-los! Tenho o propósito de sempre melhorar.