Depois de todas as conversas, queixas e concordâncias. Depois de uma recapitulação breve. O fim apareceu. Era tão triste e ao mesmo tempo tão necessário. Enfim… Mesmo com ele, saímos juntos dali ainda carregando o fio invisível da ternura e do carinho. Caminhamos em silêncio, cada um com seu turbilhão de pensamentos e alguns lamentos. Até que arrisquei um último beijo. Eu tinha que fazê-lo. Queria uma despedida que não carregasse a aparência comum de coisa ruim. E a correspondência foi linda. O coração se acelerou e as lágrimas só não caíram por pura vergonha. Percebi que você também se esforçava para não chorar. Foi um beijo para ser lembrado para sempre.
Ok, chegou a um fim e foi triste. Naquele momento eu ainda te amava. Ainda queria que todas as peças soltas do nosso quebra-cabeça voltassem a se encaixar. Queria que a nossa história ainda tivesse outros capítulos. Como eu queria consertar os nossos mundos que conseguiam ser ao mesmo tempo parecidos e tão diferentes. Queria fazer com que o amor fosse mais forte que tudo, como nos filmes ou nos livros. Mas o momento deixou de contribuir com o querer.
O nosso momento havia deixado de ser. Havia outras coisas. Havia vários nós (da vida) para desatar. Sou grato por tudo. E quero que saiba que nunca deixei de te querer bem. Espero que nossas estradas ainda se cruzem, ainda que os rótulos sejam outros. Espero um dia podermos rir disso tudo e recordar com doçura.
Outubro de 2012.