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domingo, 19 de agosto de 2012

Não se importe!

É extremamente prazeroso o sentimento de fazer algo com toda vontade, se deixando ser ridículo, sem se importar com o olhar repressor ou palavras alheias. O sentimento que vem do não se importar é uma delícia! Liberdade pura.

Talvez eu seja louco mesmo. Louco ou qualquer coisa parecida. Ou talvez o mundo que seja normal demais. Pois não tenho medo de parecer ridículo. Cometer um excessozinho, uma loucurazinha, arriscar uma dança louca, falar um monte de merda... Eu me divirto.

Julgar, reprimir, criticar, tirar sarro são coisas que sempre fazem, independente se você é a pessoa mais certa do mundo. Então a melhor decisão é mesmo a de não se importar. Quando você não se importa, coisas que incomodariam não incomodam, o que impediria de você se divertir à sua maneira não impede mais. Não existem repressões. Você é o que você quer ser naquele momento, se diverte de verdade e que se dane o resto!

O único problema é que não se importar não é tão fácil. Porém, uma vez que se consegue, a sensação é realmente muito boa.

Deixemos os loucos ridículos serem loucos e ridículos e sejamos loucos e ridículos também!

 

A Phoebe sabe do que estou falando.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Eu não gosto de você.

Olá! Tudo bem? Comigo também. Estou iniciando esta conversa, na qual pretendo falar sem deixar você responder, para esclarecer alguns pontos. Tá certo, não é uma conversa, é um monólogo. Ah, que seja qualquer coisa! E não estou enraivecido. 

Então, gostaria de afirmar que eu não gosto de você. Acredito que seja perceptível, pois eu não sei mostrar o contrário. Mas se ainda não era, agora está claro. Não gosto de você. Já tentei gostar por diversas vezes, mas é verdade aquilo que dizem sobre ser impossível gostar de todo mundo. Infelizmente, entre você e eu foi assim. Independe de qualquer vontade, nossos olhares não se cruzaram, nossos assuntos não renderam, não houve aquela reciprocidade que deixa tudo bonitinho e agradável. 

Em consequência, se você gostou de mim em algum momento ou ainda gosta é algo que nunca me interessei em saber e continuo não interessado. Desculpe-me! É que você gostando ou não, não modifica nada na minha vida. 

Eu queria muito também enfatizar que o fato de eu não gostar de você não significa que eu te odeie. Odiar é algo muito forte e eu não te odeio mesmo. Além disso, a minha vontade de te fazer qualquer mal é zero. Não saio por aí falando mal de você, "queimando seu filme" ou coisas do tipo. Não tenho por que gastar meu tempo com isso. Indiferença é uma coisa de fácil uso e tenho certeza que com ela eu economizo um tempo enorme. Confesso que, às vezes, uso, no máximo, um pouco de sarcasmo, uma ironiazinha ou te fuzilo com o pensamento porque, convenhamos, estou longe de ser perfeito. 

Ainda assim, digo que se você estiver perto de mim, eu não vou te destratar. Se você falar comigo, eu vou te responder sem problemas. Eu fui bem educado na vida. Porém, não significa que eu goste de você. Só nunca abuse! Abusos, excessos ou coisas parecidas, tiram a paciência de qualquer pessoa educada. 

E sua opinião sobre o que acabei de falar realmente não me importa. É isso. Obrigado!


domingo, 5 de agosto de 2012

Entre olhares

Tudo começou com a vontade de fazer com que um olhar encontrasse o outro. Os dois faziam parte apenas do mundo virtual até que passaram a ansiar pelo olhar-presença, o olhar-respiração, ainda que não houvesse nunca qualquer toque ou algo ligado ao tato. Era uma curiosidade que fora construída aos poucos e que precisava ser saciada em algum momento. Assim, sem muito rodeio, uma das partes procurou, ligou, forçou um pouquinho e, após muitos papos e trocas de elogios soltos, marcaram um encontro. Combinando, antes de tudo, que seria uma coisa rápida e que não haveria, em hipótese alguma, expectativas de qualquer tipo.

Entre tantos outros olhares, finalmente, os seus se encontravam. A correspondência foi instantânea, dispensando palavras e esquecendo inclusive os gestos. Era uma explosão involuntária de sentimentos. Corações acelerados, mãos e pés frios e uma inquietude desconfortável. Acontecia uma tensão magnética ali sem que ninguém chegasse a pensar em fazer algo. Sem que tivessem ao menos se encostado.

Por ainda existir muitas incógnitas sobre suas vidas, uma fração de vergonha em ambos cortava naturalmente - vez ou outra e por curtos momentos - aquela conexão magnética. Os olhares iam para cima, para baixo, para o lado, como em fuga por não entenderem exatamente o que rolava. E se reconectavam, segundos depois. Sorrisos sem graça eram distribuídos após as palavras tímidas que saíam ao arriscar algum assunto. Sem falar nas mãos que procuravam, incansavelmente, um lugar para ficarem paradas.

Mesmo em fuga, os olhares apelavam mais para a sinceridade e a transparência do que qualquer nervosismo. Os olhares sabiam ser bem mais ousados e, combinados aos seus pensamentos, premeditavam diversas ações que as regras de etiqueta não permitiriam em hipótese alguma. Uma coisa que transcendia a moralidade e os bons costumes. Ali, a curiosidade não era finalizada e sim aumentada, em alta frequência. Os detalhes ganhavam exponencialmente um quê de mistério, uma coisa convidativa. E quem disse mesmo que nada podia acontecer?

O local não era apropriado e ambos tinham total ciência, mas nada evitou o inevitável. Não mais se contendo, atracaram-se. Colaram os lábios, entrelaçaram os braços entre os corpos com força e esqueceram-se do mundo por um instante. As sensações foram melhores do que previram, talvez porque expectativa fosse algo desprezado antes e durante aquele momento. Após alguns muitos minutos, os dois voltaram ao chão, entreolharam-se com ternura, trocam sorrisos e foram pegos novamente pelo que sobrava ainda da insistente fração de vergonha. Mas agora eram três coisas sinceras: olhares, sorrisos e beijos.

O que sairia dali nunca seria imaginado ou planejado previamente. Nem era necessário. Ambas as partes tinham curiosidade por mais detalhes suficiente para fazer com que muita coisa ainda acontecesse. E muita coisa aconteceria.